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De entregadores a donos de fábrica: irmãos faturam R$ 3 milhões com pão de queijo mineiro

Projeção é de crescer 20% ao ano até 2028, ganhando todo o mercado paulista

Samuel e Daniel Almeida, da Fornalha Mineira: "O pão de queijo precisa ser gostoso. Não pode parecer isopor" (Fornalha Mineira/Divulgação)

Samuel e Daniel Almeida, da Fornalha Mineira: "O pão de queijo precisa ser gostoso. Não pode parecer isopor" (Fornalha Mineira/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 18 de julho de 2024 às 14h44.

Sabe aquele aroma irresistível de pão de queijo saindo do forno? Para os irmãos mineiros Samuel e Daniel Almeida, esse cheiro é sinônimo de sucesso.

Os dois são donos da Fornalha Mineira, uma empresa que já comercializa 20.000 pães de queijo por ano, principalmente para padarias e restaurantes de São Paulo.

Com um faturamento na casa dos 3 milhões de reais, os empresários decidiram apostar na automação da fabricação para crescer numa média de 20% ao ano.

Os números são comemorados para uma família que começou no setor entregando pão de queijo de outros negócios, mas que ganhou escala quando decidiram que além de entregar, poderiam produzir o produto.

Qual é a história da Fornalha Mineira

A trajetória dos irmãos Samuel e Daniel Almeida começou com uma mudança de Estado. Nascidos no interior de Minas Gerais, os empreendedores tinham 14 e 20 anos, respectivamente, quando foram para São Paulo.

Para pagar as contas, Daniel, trabalhou, por alguns anos, como entregador terceirizado para uma marca de pão de queijo. Um dia, esperando para dar o horário de descarregar o caminhão, começou a conversar com o dono da empresa que explicou como funcionava a fábrica e o trabalho de distribuidor.

Depois, quando foi despedido, Daniel decidiu que poderia ganhar uma grana sendo distribuidor dessa marca de pão de queijo. Samuel, que trabalhava como motoboy, decidiu se juntar ao irmão e arriscar no empreendedorismo.

Como distribuidores, trabalharam por dois anos. Nesse tempo, aproveitaram para descobrir um pouco mais sobre o funcionamento do trabalho no setor. Em 2014, compraram um maquinário básico, encontraram um lugar para instalá-lo e fundaram, então, a Fornalha Mineira.

Como foram os primeiros anos e o crescimento

Vindos de um bom momento como distribuidores, os irmãos se surpreenderam quando, ao assumirem a produção, tiveram dificuldades para vender.

"Um dia, nos encontramos e entenderam que era melhor parar, porque não estávamos conseguindo vender", diz Samuel.

Mas não pararam. Se apoiaram na fé, organizaram a casa para entender como ter menores custos, reorganizaram as vendas e a partir daí, cresceram.

"Crescemos numa velocidade muito grande, de assustar", diz Daniel. "O lugar ficou pequeno".

O próximo passo foi comprar um novo terreno, carros para fazer as entregas e uma nova sede. Trouxeram também maquinários novos do Japão e de Minas Gerais. Com a nova tecnologia, automatizaram ainda mais a produção. Hoje, os cerca de 20.000 pães de queijo anuais são feitos quase que todos por robôs e por uma equipe enxuta de oito funcionários.

“Hoje, os principais produtos da Fornalha incluem não só o pão de queijo tradicional, mas também pão de queijo recheado, palitos de parmesão, chipa paraguaia, entre outros salgados,” diz Daniel.

Quais são os planos futuros da empresa

A estratégia da empresa é bater os 3,6 milhões de reais em receita e seguir num crescimento de 20% ao ano. Para isso, estão reforçando a máquina de vendas. O investimento quer dar vazão à capacidade de produção da empresa.

"Queremos aumentar os vendedores e investir em frota para termos capacidade de entregar e vender mais", diz Daniel. "O plano é seguir crescendo, mas gradativamente".

O plano é seguir entregando em São Paulo neste primeiro momento e ganhar o mercado paulista, para depois, então, chegar a novas regiões. Mas para isso, querem ter uma operação bem azeitada.

"O pão de queijo precisa ser gostoso. Não pode parecer isopor", diz. "Quando você vende algo gostoso, isso vai ganhando escala. Acredito que isso fez com que nosso negócio desse certo".

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