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De desempregado a bilionário: a vida do CEO do Airbnb

A empresa, que começou com três colchões de ar, hoje aluga castelos e mais de 2 milhões de propriedades em todo o mundo

Brian Chesky: ele aluga sua própria casa no Airbnb e se hospeda, pelo serviço, em outra redondeza para mudar os ares (Justin Sullivan / Getty Images)

Karin Salomão

Publicado em 12 de junho de 2016 às 08h00.

Última atualização em 20 de outubro de 2017 às 12h12.

São Paulo - Dois amigos recém-formados da faculdade estavam sem nenhum dinheiro para pagar o aluguel do mês.

Decidiram tirar três colchões de ar do armário, inflá-los e cobrar pelo espaço, uma vez que muitos hotéis da cidade estavam lotados por causa de um festival de design.

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Eles chamaram o projeto de Air Bed & Breakfast, em homenagem aos colchões de ar e um café da manhã de torradas Pop Tarts.

O que era para ser uma forma de esticar o dinheiro até o fim do mês se transformou, 8 anos depois, em uma ideia de US$ 25 bilhões.

Foi assim que Brian Chesky, formado em design industrial, e Joe Gebbia, seu colega de faculdade, criaram o Airbnb em San Francisco em agosto de 2008. Alguns meses depois, Nathan Blecharczyk, engenheiro, se juntou ao grupo.

Atrás de um sonho

Com uma ideia de negócios na mão, muita disposição e nenhum dinheiro no bolso foram atrás de investidores e formas de financiar a startup . Chegaram a vender caixas de cereal personalizadas, inclusive para campanhas presidenciais.

Por fim, entraram na incubadora Y Combinator, em San Francisco.

No início foi difícil fazer o serviço crescer. Ao investigar porque os apartamentos de Nova York não estavam sendo alugados, os sócios perceberam que a qualidade das fotos era muito ruim.

Então foram pessoalmente para a cidade e bateram de porta em porta para tirar fotos mais bonitas dos apartamentos. Na semana seguinte, dobraram o faturamento da cidade para US$ 400 por semana.

Hoje, o serviço permite alugar mais de 2 milhões de propriedades, de quartos a casas na árvore, e mais de 1.400 castelos em 34.000 cidades de 190 países.

Mais de 60 milhões já se hospedaram com o Airbnb desde seu lançamento, que já fez promoções com quartos na Torre Eiffel, em um aquário de tubarões, além do quarto de Ariana Huffington e da casa da famosa cozinheira Julia Child.

Obsessão

Brian Chesky está acostumado a se dedicar intensamente a qualquer projeto. Seu primeiro hobbie foi o hóquei. Sua próxima obsessão foi o design de brinquedos e, mais tarde, tênis esportivos.

Em seguida, se interessou pela arquitetura e organização de cidades. Uma de suas paixões era o parque Disney World e até hoje ele se inspira em Walt Disney como exemplo de design e empreendedorismo.

Ele se formou em design industrial na escola de design de Rhode Island e começou a trabalhar em Los Angeles, antes de se mudar para San Francisco.

Bastante ansioso, ele passou a noite anterior a sua formatura no palco onde daria seu discurso como representante dos alunos, enquanto observava colocarem mais de 6.000 cadeiras na audiência.

Poderoso e inexperiente

A fatia de 10% a 13% no Airbnb garante uma fortuna de US$ 3,3 bilhões para Brian Chesky, que aos 34 anos é um dos bilionários mais jovens a fazer sua própria fortuna.

O crescimento explosivo levou o presidente de desempregado a bilionário em poucos anos. Formado em design, obviamente não tinha nenhuma experiência como CEO antes de se tornar um aos 26 anos.

Por isso, precisou aprender muito e muito rapidamente. Para não perder tempo, o seu método era ir direto à fonte mais especializada no assunto.

Assim, passou a fazer reuniões com Shreyl Sandberg, COO do Facebook, Jony Ive, diretor de design da Apple, e o investidor Warren Buffet.

Depois de uma reunião de aconselhamento com Buffet, Chesky escreveu um relatório de mais de 3.600 palavras para não se esquecer de nada e o enviou para sua equipe ainda do aeroporto.

Ainda que conte com conselheiros de peso e uma grande equipe, ele aprendeu a agir em prol do que acreditava mesmo sem ter unanimidade.

Quando a casa de uma anfitriã foi vandalizada pelos hóspedes, em 2011, ele passou por cima de alguns conselhos e fez o que pôde para reparar o dano, segundo a Fortune.

Foi quando a empresa instituiu um seguro de US$ 50.000, ainda que isso pudesse prejudicar a empresa financeiramente. Deu certo.

Hoje, seu principal desafio é encontrar equilíbrio em sua vida pessoal. Ele  faz ioga com sua namorada, que conheceu no Tinder e, de vez em quando, aluga sua própria casa no Airbnb e se hospeda, pelo serviço, em outra redondeza para mudar os ares.

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