EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
A Daslu, loja paulistana de produtos de luxo, foi alvo de uma grande operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (13/7). Cerca de 240 policiais foram mobilizados para cumprir 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão temporária em São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo e Paraná. Entre os detidos para prestar esclarecimentos, está a proprietária da Daslu Eliana Tranchesi. A assessoria de imprensa da empresa informou que a loja está empenhada em fornecer todas as informações possíveis para colaborar com os trabalhos de fiscalização.
Em nota, a superintendência da PF afirma que a Daslu é acusada de fraudar notas fiscais para reduzir a incidência do Imposto de Importação sobre as mercadorias que compra. Segundo a PF, a fraude consistia na troca das notas fiscais verdadeiras por outras com preço inferior. A polícia também acusa a loja de montar uma rede de importadores irregulares, com o objetivo de burlar a fiscalização da Receita Federal. A PF afirma que os indícios ficam mais evidentes "quando se verifica o balanço contábil da importadora, apresentando constantes prejuízos".
A nota da Polícia Federal informa que há indícios de formação de quadrilha, falsidade material e ideológica e crimes contra a ordem tributária. Além dos policiais federais, a operação contou ainda com 80 auditores fiscais da Receita Federal. O material recolhido na sede da Daslu e nos importadores será encaminhado para a PF. Cerca de 20 horas desta quarta-feira, Eliana foi liberada. A Justiça entendeu que sua liberdade não comprometeria as investigações.
De acordo com a polícia, as investigações começaram em 2004, quando a Receita Federal apreendeu, em aeroportos de São Paulo e Curitiba, mercadorias acompanhadas por notas fiscais em duplicidade. Para cada produto, havia uma nota com o preço verdadeiro e uma subfaturada.
Em reportagem da edição que circula a partir desta quinta-feira (14/7), EXAME retrata outro problema que a Daslu vem enfrentando. Desde junho, quando a nova sede foi inaugurada em São Paulo, a loja foi alçada à condição de responsável moral por uma série de problemas o principal deles, a desigualdade social do país (a reportagem de EXAME foi concluída na sexta-feira, 8/7).