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Dados de mineradoras globais indicam cautela para Vale

As empresas globais BHP Billiton e Fortescue anunciaram resultados fracos no quarto trimestre de 2012, depois de informes também ruins da Rio Tinto e da Anglo American


	Trem da Vale
 (Divulgação)

Trem da Vale (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - A uma semana da divulgação do balanço da Vale, as mineradoras globais BHP Billiton e Fortescue são as mais recentes a anunciar resultados fracos no quarto trimestre de 2012, depois de informes também ruins da Rio Tinto e da Anglo American. Afetados pela queda nos preços de commodities importantes, como o minério de ferro, e pelo retorno baixo de investimentos feitos nos últimos anos, os balanços das mineradoras resultaram na saída dos principais executivos do setor.

O preço do minério de ferro atingiu o menor nível em quase três anos em setembro do ano passado, antes de se recuperar. Atualmente, a cotação da tonelada está perto de US$ 160. Os preços baixos da commodity forçaram as grandes mineradoras a cortar custos e projetos. Ao mesmo tempo, as companhias tiveram de lidar com as exigências dos acionistas por maiores retornos sobre os pesados investimentos feitos em expansão de projetos e em aquisições nos últimos anos.

A Anglo American é o grande exemplo. A empresa teve em 2012 o primeiro prejuízo anual em mais de uma década, de US$ 1,49 bilhão, em consequência de um encargo de US$ 4,6 bilhões com a redução do valor do projeto Minas-Rio, no Brasil, além da baixa contábil em ativos de platina.

A Rio Tinto, por sua vez, registrou o primeiro prejuízo anual de sua história, de US$ 2,99 bilhões, prejudicada por uma baixa contábil de US$ 14 bilhões em diversos ativos. Em novembro passado, a companhia anunciou que cortaria os custos em mais de US$ 5 bilhões até o fim de 2014 e reduziria os gastos com exploração.

A BHP Billiton informou na noite passada que teve queda de 58% no lucro em seu primeiro semestre fiscal, encerrado em 31 de dezembro de 2012, para US$ 4,24 bilhões. Nesta manhã, foi a vez de a Fortescue Metals revelar que houve declínio de 40% em seu lucro nos últimos seis meses do ano passado, para US$ 478 milhões. A companhia afirmou que o colapso nos preços do minério de ferro a obrigou a reduzir temporariamente a expansão de minas, cortar gastos e demitir cerca de 1.000 pessoas.

Os resultados financeiros fracos e a decepção com os investimentos acabaram provocando mudanças na cúpula de várias dessas empresas. Na Anglo American, a executiva-chefe Cynthia Carroll deixará o cargo e será substituída por Mark Cutifani, da AngloGold Ashanti. A Rio Tinto trocará Tom Albanese por Sam Walsh no posto de executivo-chefe, e a BHP informou que o sul-africano Marius Kloppers deixará o cargo de executivo-chefe e será sucedido por Andrew Mackenzie.

A próxima grande mineradora internacional a divulgar seus resultados será a Xstrata, no dia 5 de março. Antes disso, na próxima quarta-feira (27), a Vale atrairá as atenções do mercado, que buscará sinais de como a companhia brasileira está lidando com os problemas do setor de mineração mundial.

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