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Cuidar do lixo alheio está virando negócio promissor no país

Ficar responsável pelo lixo dos outros rendeu R$ 25 bilhões em 2013, mas ainda existem muito obstáculos no caminho de quem embarca na logística reversa dos produtos

Lixo eletrônico: a logsística reversa é um mercado em ascensão no Brasil (TDI/Getty Images/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2013 às 13h26.

São Paulo – O Brasil ainda é carente de medidas inovadoras para dar destino a materiais de difícil reciclagem , tais como embalagens incomuns, produtos com prazo de validade expirados ou que se tornaram obsoletos. Apesar disso, cuidar do lixo alheio já é um negócio bastante promissor.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais ( Abrelpe ), este segmento movimentou cerca de R$ 25 bilhões em 2013.

A resposta para essa movimentação é simples: o assunto migrou - e continua migrando - de uma singela discussão sobre rejeitos de produção para um tema mais estratégico: as empresas buscam, cada vez mais, marcas especializadas na gestão de resíduos.

As dificuldades de implementação, no entanto, permanecem. E ainda resta a dúvida do tamanho que este novo tipo de negócio pode atingir.

Mas o fato é que as empresas que investem milhões e bilhões de dólares para construir uma marca, estão cada dia mais dispostas a proteger e valorizar o negócio desta forma.

Recentemente uma parceria trouxe novos ares para o mercado: a TerraCycle Brasil e a RCR Ambiental anunciaram um trabalho em conjunto em logística reversa pré e pós-consumo. A primeira é líder mundial na última categoria, enquanto a RCR domina o mercado nacional pré-consumo.

Com a união, as duas marcas podem ter acesso a grandes clientes que, além de cuidarem da coleta, armazenamento, descaracterização de produtos não comercializáveis e destinação final ambientalmente adequada – papel da RCR –, também podem criar estratégias para produtos que não se encaixam nas conhecidas lixeiras de plástico, papel, vidro e metal – trabalho feito pela TerraCycle.

“As empresas nos procuram em busca de uma solução legítima e inovadora para o resíduo gerado por elas”, afirma Bruno Massote, presidente da TerraCycle Brasil, empresa que teve 10% de suas ações compradas pela RCR para que a parceria pudesse ser colocada em prática.

A união surgiu a partir da sugestão de um dos clientes da TerraCycle, diante da constatação do caráter complementar do trabalho de ambas.

Os percalços do lixo

Que o setor está crescendo, ninguém tem dúvida. A RCR faturou R$ 40 milhões em 2012. “Mas acredito que ainda exista uma longa jornada até que todas as empresas se conscientizem e passem a investir em projetos de logística reversa para seus produtos e embalagens”, complementa Massote.

Apesar de promissor, as empresas que se aventuram por esse mercado ainda têm muito trabalho pela frente.


“Nossa maior dificuldade é conseguirmos nos reunir com as pessoas chaves das empresas, como gerentes de marketing e logística. No entanto, quando essas marcas param para nos escutar, imediatamente entendem que nossa oferta de valor é única e com retorno sobre o investimento garantido”, avalia Eduardo Fernandes, CEO da RCR Ambiental.

Além disso, existem também as dificuldades técnicas, que atualmente são vencidas com forte investimento das marcas em P&D, os custos de coleta destes materiais e do processamento da reciclagem, devido a falta de escala.

“Esses gastos com logística tem forte impacto sobre o custo final da solução desenvolvida para as empresas. Por isso, buscamos constantemente inovar em nossos processos de coleta para que os programas ganhem escala de volume ao mesmo tempo em que o custo unitário cai”, diz Massote.

O que movimenta e sustenta o setor são as novas ações. A TerraCycle, por exemplo, trabalha em parceria com mais de 50 marcas em 26 países onde conduz um sistema chamado de “As Brigadas de Coleta”: uma empresa parceira se torne patrocinadora de uma Brigada.

O caso mais conhecido no Brasil é o da marca Tang, que desde 2010 conduz a Brigada Tang, coletando e reciclando embalagens de refresco em pó de qualquer marca. Assim, o consumidor pode coletar as embalagens, enviar a remessa sem nenhuma despesa para a empresa, fazendo com que o material seja 100% reciclado.

Melhor: para cada embalagem coletada, a TerraCycle doa R$ 0,02 para uma escola ou instituição sem fins lucrativos à escolha de quem enviou a remessa.

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São Paulo – O Brasil ainda é carente de medidas inovadoras para dar destino a materiais de difícil reciclagem , tais como embalagens incomuns, produtos com prazo de validade expirados ou que se tornaram obsoletos. Apesar disso, cuidar do lixo alheio já é um negócio bastante promissor.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais ( Abrelpe ), este segmento movimentou cerca de R$ 25 bilhões em 2013.

A resposta para essa movimentação é simples: o assunto migrou - e continua migrando - de uma singela discussão sobre rejeitos de produção para um tema mais estratégico: as empresas buscam, cada vez mais, marcas especializadas na gestão de resíduos.

As dificuldades de implementação, no entanto, permanecem. E ainda resta a dúvida do tamanho que este novo tipo de negócio pode atingir.

Mas o fato é que as empresas que investem milhões e bilhões de dólares para construir uma marca, estão cada dia mais dispostas a proteger e valorizar o negócio desta forma.

Recentemente uma parceria trouxe novos ares para o mercado: a TerraCycle Brasil e a RCR Ambiental anunciaram um trabalho em conjunto em logística reversa pré e pós-consumo. A primeira é líder mundial na última categoria, enquanto a RCR domina o mercado nacional pré-consumo.

Com a união, as duas marcas podem ter acesso a grandes clientes que, além de cuidarem da coleta, armazenamento, descaracterização de produtos não comercializáveis e destinação final ambientalmente adequada – papel da RCR –, também podem criar estratégias para produtos que não se encaixam nas conhecidas lixeiras de plástico, papel, vidro e metal – trabalho feito pela TerraCycle.

“As empresas nos procuram em busca de uma solução legítima e inovadora para o resíduo gerado por elas”, afirma Bruno Massote, presidente da TerraCycle Brasil, empresa que teve 10% de suas ações compradas pela RCR para que a parceria pudesse ser colocada em prática.

A união surgiu a partir da sugestão de um dos clientes da TerraCycle, diante da constatação do caráter complementar do trabalho de ambas.

Os percalços do lixo

Que o setor está crescendo, ninguém tem dúvida. A RCR faturou R$ 40 milhões em 2012. “Mas acredito que ainda exista uma longa jornada até que todas as empresas se conscientizem e passem a investir em projetos de logística reversa para seus produtos e embalagens”, complementa Massote.

Apesar de promissor, as empresas que se aventuram por esse mercado ainda têm muito trabalho pela frente.


“Nossa maior dificuldade é conseguirmos nos reunir com as pessoas chaves das empresas, como gerentes de marketing e logística. No entanto, quando essas marcas param para nos escutar, imediatamente entendem que nossa oferta de valor é única e com retorno sobre o investimento garantido”, avalia Eduardo Fernandes, CEO da RCR Ambiental.

Além disso, existem também as dificuldades técnicas, que atualmente são vencidas com forte investimento das marcas em P&D, os custos de coleta destes materiais e do processamento da reciclagem, devido a falta de escala.

“Esses gastos com logística tem forte impacto sobre o custo final da solução desenvolvida para as empresas. Por isso, buscamos constantemente inovar em nossos processos de coleta para que os programas ganhem escala de volume ao mesmo tempo em que o custo unitário cai”, diz Massote.

O que movimenta e sustenta o setor são as novas ações. A TerraCycle, por exemplo, trabalha em parceria com mais de 50 marcas em 26 países onde conduz um sistema chamado de “As Brigadas de Coleta”: uma empresa parceira se torne patrocinadora de uma Brigada.

O caso mais conhecido no Brasil é o da marca Tang, que desde 2010 conduz a Brigada Tang, coletando e reciclando embalagens de refresco em pó de qualquer marca. Assim, o consumidor pode coletar as embalagens, enviar a remessa sem nenhuma despesa para a empresa, fazendo com que o material seja 100% reciclado.

Melhor: para cada embalagem coletada, a TerraCycle doa R$ 0,02 para uma escola ou instituição sem fins lucrativos à escolha de quem enviou a remessa.

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