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CSN quer indenização de bancos envolvidos em cartel do câmbio

A CSN argumenta que os bancos internacionais elevavam artificialmente seus lucros ou spreads bancários, resultante da pratica de cartel

Câmbio: a empresa tinha cerca de US$ 200 milhões em contratos de câmbio com os bancos (Diego Giudice/Bloomberg)

Câmbio: a empresa tinha cerca de US$ 200 milhões em contratos de câmbio com os bancos (Diego Giudice/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de novembro de 2016 às 09h48.

São Paulo - A CSN está se preparando para pedir indenização aos bancos estrangeiros que estão sendo investigados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por suposta formação de cartel para manipular as taxas de câmbio.

A empresa tinha cerca de US$ 200 milhões em contratos de câmbio com os bancos. No mês passado, a companhia entrou com oito protestos judiciais contra Bank of Tokyo Mitsubishi, Barclays, Citigroup, Deutsche Bank, HSBC, JP Morgan, Merrill Lynch e Standard Chartered pedindo que os prazos de prescrição para futuros pedidos de ressarcimento sejam interrompidos.

Em pelo menos um dos casos, contra o JP Morgan, a Justiça interrompeu a contagem dos prazos de prescrição. Segundo explicam alguns advogados, essa interrupção é importante em função do fato de que o processo administrativo no Cade não tem previsão de término e somente depois de os bancos serem condenados, as empresas poderão pedir ressarcimento.

A mesma estratégia, de interrupção de prescrição, está sendo usada pela TAM, que entrou com protesto contra o banco suíço UBS. A TAM tinha contratos com diversos bancos investigados que somavam cerca de 10 milhões de euros, segundo informações do protesto judicial.

O UBS foi justamente o banco que fez um acordo de leniência com o Cade e trouxe o caso para o Brasil. O esquema para manipular taxas de câmbio teve impacto no País entre os anos de 2007 e 2013. O esquema ocorria em vários outros países.

Estados Unidos

Em maio do ano passado, grandes bancos como Citigroup, JP Morgan e Barclays fecharam um acordo com o Departamento de Justiça americano para o pagamento de US$ 5,6 bilhões pela participação no esquema.

O fato de o cartel já ter sido reconhecido em outros países foi usado como um reforço nos argumentos dos advogados da CSN para pleitear a interrupção da prescrição. A CSN argumenta que os bancos internacionais elevavam artificialmente seus lucros ou spreads bancários, diferença entre taxas de juros, resultante da pratica de cartel.

"Em vista das significativas relações comerciais travadas entre a CSN e os bancos investigados, para a compra de moedas, mediante fechamento de contratos de câmbio, a CNS inclui-se entre as empresas lesadas pelos ilícitos e é titular ao direito de indenização", diz parte da argumentação assinada pelo advogado interno da companhia, André Tan Oh.

Até o fechamento desta reportagem, a CSN não se pronunciou. A TAM disse que não queria fazer comentários. Os bancos Bank of Tokyo Mitsubishi, Citigroup, Deutsche Bank, HSBC, JP Morgan, Merrill Lynch, Standard Chartered e UBS informaram que não comentam processos em curso. O Barclays não retornou a reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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