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CSN precisa vencer a Nippon Steel e o Cade na briga pela Usiminas

Tentativa de comprar as fatias da Camargo Corrêa e da Votorantim, porém, é vista com ceticismo pelos analistas

CSN: empresa possuia caixa de 11,7 bilhões de reais em junho (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2011 às 12h04.

São Paulo - Caso a CSN consiga um acordo com a Camargo Correa e a Votorantim para comprar uma fatia de 26% na CSN ela ainda terá que enfrentar a outra sócia – a Nippon Steel – e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), segundo Pedro Galdi, analista da corretora SLW.

O primeiro empecilho para essa oferta é que, pelo acordo de acionistas, a Nippon teria preferência para comprar, ou repassar para outro interessado, a participação da Camargo Corrêa e da Votorantim, caso elas decidam vender. “Isso (negociação dos 26%) é muita especulação; acho que não vira nada”, disse Galdi.

Se a Camargo Corrêa e a Votorantim decidirem vender – e a Nippon não quiser comprar – a CSN ainda teria que enfrentar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). “A CSN passaria a ter entre 50% e 70% do mercado nacional de aços planos”, disse Galdi. E nesse caso, não seria fácil desmembrar a operação, tampouco vender marcas de produtos como normalmente os vetos do Cade recomendam.

Caixa

Caso todas essas barreiras fossem ultrapassadas, a CSN não enfrentaria grandes dificuldades para levantar dinheiro e pagar pela operação, segundo Galdi. A empresa somava um caixa de 11,7 bilhões de reais em junho. As dívidas de curto prazo eram de 2,2 bilhões ,e as de longo prazo, de 20,8 bilhões.

Considerando-se apenas a cotação das ações ordinárias da Usiminas  (USIM3) na Bovespa, na manhã desta segunda-feira, a fatia de 26% que a CSN tenta comprar estaria avaliada em 2,9 bilhões de reais. Segundo Galdi, o valor poderia ser bem maior, já que esse lote de papéis viria com um prêmio pelo controle da empresa. Se for bem-sucedido, Steinbruch veria sua participação na rival passar para 37% -  contra os 27,8% da Nippon Steel, hoje a maior acionista individual.

Recentemente, a CSN obteve uma rodada de empréstimos. Em agosto, ela conseguiu um empréstimo de 2,2 bilhões de reais com a Caixa Econômica Federal. No início de fevereiro, a empresa levantou 2 bilhões de reais também com a Caixa. Em meados de abril, foi 1,5 bilhão de reais do Banco do Brasil.


No final do segundo trimestre de 2011, a relação dívida líquida/ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustada foi de 1,72 vezes. A relação calculada com base no ebitda ajustado de 6,6 bilhões de reais dos últimos 12 meses apresentou crescimento de 0,10 vezes em relação à verificada ao final do primeiro trimestre desse ano – 1,62 vezes.

Os números mostram que a CSN tem condições de comprar a Usiminas sem se comprometer demais. Basta que alguém queira vender a sua fatia – e essa é a parte mais difícil do negócio.

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São Paulo - Caso a CSN consiga um acordo com a Camargo Correa e a Votorantim para comprar uma fatia de 26% na CSN ela ainda terá que enfrentar a outra sócia – a Nippon Steel – e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), segundo Pedro Galdi, analista da corretora SLW.

O primeiro empecilho para essa oferta é que, pelo acordo de acionistas, a Nippon teria preferência para comprar, ou repassar para outro interessado, a participação da Camargo Corrêa e da Votorantim, caso elas decidam vender. “Isso (negociação dos 26%) é muita especulação; acho que não vira nada”, disse Galdi.

Se a Camargo Corrêa e a Votorantim decidirem vender – e a Nippon não quiser comprar – a CSN ainda teria que enfrentar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). “A CSN passaria a ter entre 50% e 70% do mercado nacional de aços planos”, disse Galdi. E nesse caso, não seria fácil desmembrar a operação, tampouco vender marcas de produtos como normalmente os vetos do Cade recomendam.

Caixa

Caso todas essas barreiras fossem ultrapassadas, a CSN não enfrentaria grandes dificuldades para levantar dinheiro e pagar pela operação, segundo Galdi. A empresa somava um caixa de 11,7 bilhões de reais em junho. As dívidas de curto prazo eram de 2,2 bilhões ,e as de longo prazo, de 20,8 bilhões.

Considerando-se apenas a cotação das ações ordinárias da Usiminas  (USIM3) na Bovespa, na manhã desta segunda-feira, a fatia de 26% que a CSN tenta comprar estaria avaliada em 2,9 bilhões de reais. Segundo Galdi, o valor poderia ser bem maior, já que esse lote de papéis viria com um prêmio pelo controle da empresa. Se for bem-sucedido, Steinbruch veria sua participação na rival passar para 37% -  contra os 27,8% da Nippon Steel, hoje a maior acionista individual.

Recentemente, a CSN obteve uma rodada de empréstimos. Em agosto, ela conseguiu um empréstimo de 2,2 bilhões de reais com a Caixa Econômica Federal. No início de fevereiro, a empresa levantou 2 bilhões de reais também com a Caixa. Em meados de abril, foi 1,5 bilhão de reais do Banco do Brasil.


No final do segundo trimestre de 2011, a relação dívida líquida/ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustada foi de 1,72 vezes. A relação calculada com base no ebitda ajustado de 6,6 bilhões de reais dos últimos 12 meses apresentou crescimento de 0,10 vezes em relação à verificada ao final do primeiro trimestre desse ano – 1,62 vezes.

Os números mostram que a CSN tem condições de comprar a Usiminas sem se comprometer demais. Basta que alguém queira vender a sua fatia – e essa é a parte mais difícil do negócio.

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