Criptomoeda para mercado de turismo estreia no Brasil em novembro
Objetivo é que o produto seja uma alternativa mais barata e simples para turistas pagarem compras, eliminando as variações cambiais
Reuters
Publicado em 1 de novembro de 2018 às 20h21.
São Paulo - Uma criptomoeda criada com foco no mercado de turismo terá sua estreia mundial no Brasil neste mês, como parte de um projeto de um meio de pagamento mais ágil e barato do que os tradicionais do setor.
Chamado como bestkoin, o dinheiro virtual foi desenvolvido por um grupo de empresários internacionais num projeto com sede comercial em Dubai e terá seu lançamento no mercado (ICO, na sigla em inglês) nas próximas semanas.
Dentro do plano para que a moeda seja principalmente um meio de pagamento, em vez de investimento, os criadores do projeto fizeram uma parceria com a fintech brasileira Uzzo e com a Mastercard , que permitirá a conversão de bestkoins em divisas tradicionais, como reais ou dólares, no pagamento de compras e serviços por meio de um cartão pré-pago próprio.
Segundo o empresário português Pedro Ribeiro, co-fundador da bestkoin, o objetivo da parceria é que o produto seja uma alternativa mais barata e simples para turistas pagarem compras, eliminando tarifas e impostos relacionados a compras internacionais com cartões de crédito.
"Além disso, isso protege o portador do cartão de ficar vulnerável a variações cambiais", disse Ribeiro à Reuters.
O executivo disse que já há acordos para que a bestkoin seja aceitas por agências de turismo brasileiras ainda neste ano. O plano é de que parcerias similares sejam anunciadas ao longo de 2019 em regiões como Estados Unidos, Europa, Coreia do Sul, Japão e outros países América do Sul.
O cartão da bandeira para a parceria, o Uzzo Mastercard, acumula valores em bestkoins. No uso para pagar compras, o sistema converte valores de bestkoin em moedas em todos os 36 milhões de lojas que aceitam Mastercard em 210 países. O mesmo vale para realização de saques em terminais eletrônicos.
O cartão é isento de anuidade, mas cobra taxas e tarifas de operação na recarga e nos saques. Os emissores dispensam clientes da exigência de ter conta bancária.
"Como a moeda foi pensada para ser um meio de pagamento, ela também deve ser menos vulnerável a grandes flutuações na cotação, como acontece com outras criptomoedas que são usadas mais como reserva de valor", disse Thiago Lucena, presidente da Uzzo.
Para tentar seduzir eventuais clientes, o produto inclui cashback de até 1 por cento das transações de compra na função crédito e participação no programa de fidelidade da Mastercard.
A iniciativa chega na esteira aniversário de 10 anos, completados na véspera, do bitcoin, primeira e mais famosa das criptomoedas, que deve ter em 2018 sua primeira queda anual, após anos de valorização expressiva.