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SulAmérica não descarta novas aquisições para crescer

Com 1 bilhão de reais em caixa, seguradora adquire participação do Banco do Brasil na Brasilsaúde e estuda comprar empresas concorrentes

Área de telemarketing da SulAmérica: vendas focadas em seguros saúde (.)

Tatiana Vaz

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

São Paulo – Uma das mais tradicionais seguradoras do país, a SulAmérica Seguro Saúde surpreendeu o mercado com a compra de 49,92% da participação do banco do Brasil na Brasilsaúde. Anunciada na manhã de hoje (20/5), a operação custará 28,4 milhões de reais. A cifra corresponde a 1,2 vez o valor patrimonial da Brasilsaúde.

Essa foi a primeira ofensiva da empresa para compensar as receitas que perdeu no segmento de veículos com o fim da parceria com o BB. No início de maio, o BB fechou um acordo com a seguradora espanhola Mapfre para a área de automóveis. Os espanhóis compraram os 60% que a SulAmérica possuía na Brasilveículos, e passaram a ser os parceiros do BB nessa área. O acordo representou um duro golpe para a SulAmérica, já que o negócio representava mais de 10% das receitas (e quase 4% dos lucros) da companhia na época.

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Olhando o mercado

Durante teleconferência com jornalistas, Arthur Farme, diretor de relações com investidores da SulAmérica, afirmou que a seguradora aproveitará a atual liquidez do caixa, no qual estão um bilhão de reais, para estudar aquisições de concorrentes. O executivo deu a entender que a seguradora está de olho em empresas tanto do setor de automóveis, quanto de saúde, e que as compras devem ocorrer em breve.

A SulAmérica, ainda segundo Farme, apostará também em parcerias estratégicas e acordos com o varejo para estimular cada vez mais a atuação dos seus corretores de seguros. O caixa da companhia deverá ainda ser fortalecido pelos recursos ganhos com a venda de 30% de sua participação na Brasilveículos para o BB.


Negociação

A transação da compra da totalidade da Brasilsaúde encerra a parceria entre o Banco do Brasil e a SulAmérica nos mercados de seguro saúde e odontológico. E também confirma a intenção da companhia de focar seus esforços nesses ramos.

O curioso é que a decisão da companhia surpreendeu o mercado, cuja expectativa era da negociação ter um desfecho inverso. Alguns analistas já davam como certa a venda da participação da SulAmérica na Brasilveículos para o BB. A dúvida pairava sobre qual seria o foco de negócios da companhia a partir disso. "Não sei como o boato surgiu, mas nunca ouve sequer uma proposta de vendermos nossa parte do negócio para o banco", explicou Farme, durante a teleconferência.

A SulAmérica possui hoje 1,8 milhão de associados, número já consolidado com a parte proveniente da carteira de clientes do Banco do Brasil, de 110.000 pessoas. "Nossa prioridade agora é trabalhar para liderar o segmento e manter nossa carteira de clientes com serviços de qualidade", afirmou o diretor.

A parceria da SulAmérica com o Banco do Brasil começou em 1994, com a distribuição de produtos de vida e previdência nas agências do banco. A parceria com o banco para a formação da Brasilveículos aconteceu em 1995.

No início deste mês, o BB comprou 30% da participação que a SulAmérica detinha na Brasilveículos para fechar uma parceria com a seguradora espanhola Mapfre, que já garantiu participação nas áreas de vida, prestamista (protege contra inadimplência) e ramos elementares (veículos, residências e incêndio).


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