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Cresce concorrência na produção de cartões inteligentes

Fabricantes apostam na migração dos cartões de crédito para os smart cards, mais seguros contra fraudes. Mercado de telefonia móvel também estimula ampliação de produção

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A concorrência na fabricação de cartões inteligentes ou smart cards, dotados de chips, está mais acirrada desde a semana passada. A francesa Oberthur Card Systems inaugurou em Cotia (SP) seu primeiro parque industrial na América Latina. A empresa, com faturamento global de 430 milhões de euros em 2003, terá capacidade para produzir no Brasil 12 milhões de unidades por ano. Mas, segundo Pierre Dossa, presidente da subsidiária brasileira, as instalações são amplas o suficiente para quadruplicar a produção.

A tendência, afirma o executivo, é que grande parte da planta esteja em breve dedicada à produção de smart cards porque as instituições financeiras têm interesse em promover a adoção de tecnologia eficaz contra fraudes e "o grau de segurança dos cartões inteligentes é incomparavelmente maior do que dos cartões magnéticos". Essa preferência dos bancos pelos smart cards implica na exigência de produção local. "É impossível para os bancos importar smart cards, porque isso exigiria o envio para o exterior de dados sigilosos de seus clientes", diz Dossa.

Depois do setor financeiro, o principal mercado é o de telefonia celular. Outra fabricante, a Daruma Orga, vem produzindo 1,2 milhões de cartões inteligentes para telefonia celular GSM por ano, e planeja investir cerca de 3 milhões de reais para elevar a produção para algo entre 3,6 e 4,9 milhões em 2005. "O crescimento é impressionante, tivemos um segundo semestre muito forte nessa área", diz Marcelo Bellini Garcia, diretor de vendas da empresa. A base atual de celulares com tecnologia GSM é de pouco mais de 17 milhões, ante menos de 7 milhões em dezembro do ano passado.

A Daruma Orga tem capacidade para fabricar 18 milhões de smart cards por ano e previsão de faturamento de 25 milhões de reais em 2004.

Tamanho do mercado

Segundo Álvaro Musa, sócio-diretor da consultoria Partner, existe atualmente apenas um milhão de smart cards de crédito em uso no Brasil. "É um mercado que tem causado algumas decepções, houve quem esperasse uma migração que não veio", diz o consultor. Uma das razões seria o custo, cinco vezes maior do que o dos cartões com tarja magnética.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços a base total de cartões de crédito no mercado brasileiro é de 51,1 milhões (dados de setembro). Há ainda cerca de 60 milhões de cartões private label (como do Extra, Carrefour etc.) e mais de 110 milhões de cartões de débito (como Visa Electron e Redeshop/Maestro). Com chip, haveria outros 5 milhões de cartões de débito emitidos experimentalmente pelo Banco do Brasil e pelo Bradesco, segundo Musa.

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