Credores podem dar 5 anos de carência para Oi pagar dívida
Grupo que detém mais de 50% da dívida da Oi já aceitou em conceder carência de mais cinco anos para que a operadora pague seus débitos, com juros reduzidos
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2016 às 09h31.
Rio - Um grupo de bondholders (donos de títulos) e bancos credores da Oi estão alinhados e já reúnem mais de 50% da dívida da companhia em recuperação judicial .
Em conversas quase diárias, concordam em conceder à tele carência de mais de cinco anos para voltar a pagar a dívida , que seria alongada em mais de dez anos e teria juros reduzidos, disse fonte ligada aos bondholders assessorados pela Moelis & Company.
A recuperação judicial da Oi soma R$ 65,4 bilhões. As conversas ocorrem entre bondholders que detém aproximadamente 45% dos títulos da Oi e Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal, Itaú BBA, China Development Bank (CDB), além de bancos de fomento estrangeiros.
O BB é a instituição financeira com maior valor a receber, em cerca de R$ 4,4 bilhões. Já o CDB tem crédito de R$ 2,27 bilhões, enquanto Itaú BBA possui outros R$ 1,5 bilhão e a Caixa, R$ 1,97 bilhão.
"O entendimento é de que a companhia precisa de fôlego para investir e ter estrutura de capital saudável. Os credores estão dispostos a abrir mão de pagamentos ou vencimentos no curto prazo, para ter uma companhia mais saudável no longo prazo", afirmou a fonte sob condição de anonimato.
Mas não são todos que estão dispostos a esperar tanto tempo para receber. Para essa outra parcela de credores, a alternativa seria um desconto da dívida "considerável" e o recebimento de equity (ações). "Alguns preferem ter um desconto da dívida hoje e continuar com uma taxa de juros razoável", acrescentou a fonte.
Os bancos tendem a alongar a dívida, assim não precisam considerar perdas em seus resultados. Já os bondholders devem preferir o desconto da dívida e recebimento de ações da empresa reestruturada.
O presidente da Oi, Marco Schroeder, afirmou na semana passada que a Oi deve apresentar o plano entre o final de agosto e início de setembro.
O grupo espera ser procurado a partir da semana que vem pela companhia, que entregaria à Justiça uma proposta pré-aprovada.
A companhia já se reuniu com os bondholders assessorados pela Moelis depois de entrar com o pedido de recuperação judicial, em 20 de junho, na Justiça do Rio.
Para ter o plano aprovado, a empresa precisa do aval de credores que representem mais da metade do valor de todos os presentes em assembleia.
"Se todos os credores participarem do voto, os bondholders e bancos já têm quórum para aprovar, sendo que nem todos participam. Então o grupo está confortável que tem o suficiente para aprovar o plano", afirmou a fonte.
Sobre a movimentação do empresário Nelson Tanure para apresentar um plano alternativo, o grupo acredita que poderá barrar uma ofensiva do acionista minoritário.
"Como estamos alinhados, não vamos permitir que faça absurdos. Vemos a posição dele como incongruente com um plano que recupera a companhia", afirmou.
O Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) antecipou na segunda-feira, 15, que o empresário, que tem participação na Oi por meio do fundo Société Mondiale, está elaborando a proposta alternativa.
Procurados, a Oi e o BB não quiseram comentar. Até o fechamento, Itaú e Caixa não tinham se posicionado. A reportagem não conseguiu localizar representantes do CDB.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Rio - Um grupo de bondholders (donos de títulos) e bancos credores da Oi estão alinhados e já reúnem mais de 50% da dívida da companhia em recuperação judicial .
Em conversas quase diárias, concordam em conceder à tele carência de mais de cinco anos para voltar a pagar a dívida , que seria alongada em mais de dez anos e teria juros reduzidos, disse fonte ligada aos bondholders assessorados pela Moelis & Company.
A recuperação judicial da Oi soma R$ 65,4 bilhões. As conversas ocorrem entre bondholders que detém aproximadamente 45% dos títulos da Oi e Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal, Itaú BBA, China Development Bank (CDB), além de bancos de fomento estrangeiros.
O BB é a instituição financeira com maior valor a receber, em cerca de R$ 4,4 bilhões. Já o CDB tem crédito de R$ 2,27 bilhões, enquanto Itaú BBA possui outros R$ 1,5 bilhão e a Caixa, R$ 1,97 bilhão.
"O entendimento é de que a companhia precisa de fôlego para investir e ter estrutura de capital saudável. Os credores estão dispostos a abrir mão de pagamentos ou vencimentos no curto prazo, para ter uma companhia mais saudável no longo prazo", afirmou a fonte sob condição de anonimato.
Mas não são todos que estão dispostos a esperar tanto tempo para receber. Para essa outra parcela de credores, a alternativa seria um desconto da dívida "considerável" e o recebimento de equity (ações). "Alguns preferem ter um desconto da dívida hoje e continuar com uma taxa de juros razoável", acrescentou a fonte.
Os bancos tendem a alongar a dívida, assim não precisam considerar perdas em seus resultados. Já os bondholders devem preferir o desconto da dívida e recebimento de ações da empresa reestruturada.
O presidente da Oi, Marco Schroeder, afirmou na semana passada que a Oi deve apresentar o plano entre o final de agosto e início de setembro.
O grupo espera ser procurado a partir da semana que vem pela companhia, que entregaria à Justiça uma proposta pré-aprovada.
A companhia já se reuniu com os bondholders assessorados pela Moelis depois de entrar com o pedido de recuperação judicial, em 20 de junho, na Justiça do Rio.
Para ter o plano aprovado, a empresa precisa do aval de credores que representem mais da metade do valor de todos os presentes em assembleia.
"Se todos os credores participarem do voto, os bondholders e bancos já têm quórum para aprovar, sendo que nem todos participam. Então o grupo está confortável que tem o suficiente para aprovar o plano", afirmou a fonte.
Sobre a movimentação do empresário Nelson Tanure para apresentar um plano alternativo, o grupo acredita que poderá barrar uma ofensiva do acionista minoritário.
"Como estamos alinhados, não vamos permitir que faça absurdos. Vemos a posição dele como incongruente com um plano que recupera a companhia", afirmou.
O Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) antecipou na segunda-feira, 15, que o empresário, que tem participação na Oi por meio do fundo Société Mondiale, está elaborando a proposta alternativa.
Procurados, a Oi e o BB não quiseram comentar. Até o fechamento, Itaú e Caixa não tinham se posicionado. A reportagem não conseguiu localizar representantes do CDB.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.