Time da CPFL Energia em frente ao prédio da B3, em SP: empresa celebrou os cinco anos do seu re-IPO (CPFL/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 2 de setembro de 2024 às 10h00.
Última atualização em 4 de setembro de 2024 às 11h16.
Em junho deste ano, a CPFL Energia celebrou cinco anos de seu re-IPO, quando uma empresa já listada na bolsa faz uma nova oferta de ações. Naquela ocasião, a oferta pública de ações ordinárias marcou a decisão da companhia em manter seus papéis negociados na B3 após o controle acionário ter passado para a State Grid, grupo que atua em 88% da China, atendendo mais de 1 bilhão de clientes.
Na época, foram emitidas 116.817.126 novas ações, com preço fixado em R$ 27,50. A oferta totalizou R$ 3,7 bilhões e abriu um ciclo promissor para o grupo, com a melhoria no modelo e nas práticas de governança, aquisição de novos ativos e valorização no mercado.
Para a CPFL Energia, aliás, a governança corporativa é a espinha dorsal de uma gestão responsável e ética.
Lançado em novembro de 2022, o Plano ESG 2030 da CPFL Energia reflete o esforço contínuo da empresa para fortalecer as práticas de governança. Trata-se de um plano composto por 23 compromissos, organizados em quatro pilares, que sustentam a maneira como a companhia conduz seus negócios e executa sua estratégia.
"Dentro desse contexto, a governança corporativa é vista não apenas como um conjunto de regras ou procedimentos, mas como um compromisso com a excelência operacional e a criação de valor a longo prazo para todos os nossos stakeholders", afirma Gustavo Gachineiro, vice-presidente jurídico e de relações institucionais da CPFL Energia.
Nesse sentido, a CPFL Energia procura assegurar que todos os processos decisórios sejam registrados e monitorados com a máxima integridade e em conformidade com os melhores padrões de governança. Gachineiro explica que isso inclui a manutenção de um conselho de administração diversificado e qualificado, a implementação de políticas rigorosas de ética e conduta empresarial, e a promoção de um ambiente de trabalho inclusivo e diverso.
Além disso, a empresa se compromete com a transparência total em suas operações e relatórios, garantindo que todas as partes interessadas tenham acesso a informações claras e precisas sobre suas atividades e desempenho. "Acreditamos que uma governança forte é a chave para construir confiança e sustentar o sucesso a longo prazo", afirma o executivo. "Ao mesmo tempo que temos um grande foco na governança corporativa, reafirmamos nosso compromisso com a segurança e a proteção de dados, garantindo que as melhores práticas sejam seguidas para proteger as informações de nossos clientes e colaboradores.
A partir do re-IPO, viu-se uma evolução na governança corporativa da CPFL Energia, que criou uma diretoria exclusiva em 2019, alinhada às melhores práticas de mercado. Esse movimento segregou as atividades de governança corporativa e direito societário da diretoria jurídica, com uma área integralmente dedicada e subordinada diretamente ao conselho de administração da companhia.
"A diretoria foi criada com o propósito de, além da realização das análises técnicas e dos trabalhos de secretariado, servir como uma ferramenta de facilitação e comunicação entre as diversas áreas da companhia e os órgãos de decisão", diz Gachineiro.
Nessa mesma oportunidade a empresa revisitou suas normas e processos de governança corporativa, buscando melhorias, e instituiu um Comitê de Partes Relacionadas com maioria de membros independentes. Nessa ocasião, revisou suas políticas existentes e criou novas publicadas para o mercado, instituindo uma série de iniciativas de melhoria de gestão e governança corporativa.
Dentre as iniciativas está o CEIP – Programa de Integração e Educação Continuada, que tem como objetivo a integração dos executivos e conselheiros e de ser um lugar de aprendizado constante sobre temas relevantes. Entre eles, responsabilidade dos administradores, diversidade, sustentabilidade e discussões de casos relevantes no mercado de capitais.
Outro importante passo foi o estabelecimento de um Comitê de Auditoria formado integralmente por membros independentes.
Duas mulheres, sendo uma delas membro independente, têm assento hoje no conselho de administração do grupo, que compõe a carteira do Índice de Diversidade (Idiversa) da B3, do qual fazem parte 75 empresas de dez setores produtivos.
Em 2021, buscando mais um passo no aprimoramento de sua governança, a CPFL Energia foi pioneira na criação da Coordenação de Assuntos do Conselho de Administração, com o objetivo de aprimorar ações de transparência, accountability e sustentabilidade. A área realiza o acompanhamento de temas estratégicos e projetos de interesse do conselho de administração, monitorando a execução e desenvolvimento dos temas deliberados.
Em 2022 a área passou a realizar o monitoramento e reporte da execução dos contratos aprovados em conselho de administração, buscando identificar alertas que possam, de forma antecipada, indicar um possível desvio e, com isso, o conselho possa determinar medidas preventivas. O monitoramento de contratos busca garantir ao conselho que suas decisões estejam sendo executadas da forma como deliberadas.
"Como resultado dos trabalhos desenvolvidos, e por meio da apresentação de KPIs [indicadores de desempenho], o conselho conta com uma nova ferramenta de gestão que assegura controle, compliance, transparência e responsabilidade corporativa nos processos de governança do Grupo CPFL", explica Gachineiro. "Os investimentos realizados em governança corporativa na CPFL certamente geram ainda mais valor para uma companhia que ano a ano vem demonstrando melhoria em seus resultados, sem perder de vista a garantia de crescimento sustentável."
Diante disso, a CPFL Energia foi reconhecida, em 2021 e 2024, como a melhor Governança Corporativa do Brasil pelo World Finance Corporate Governance Awards, premiação oferecida por veículo especializado em cobertura e análise do setor financeiro, negócios internacionais e economia global. Ainda em 2024, suas quatro distribuidoras receberam 20 indicações no Prêmio Abradee 2024, sendo vencedoras em cinco das 13 categorias disputadas. Em ASG, todas as finalistas foram do Grupo, com a CPFL Paulista vencendo pelo segundo ano consecutivo.
Nos negócios, em agosto do mesmo ano do re-IPO, o grupo concluiu a aquisição das ações da CPFL Renováveis que a State Grid detinha, assumindo o controle total da empresa. O braço de geração atua hoje com 54 hidrelétricas, 49 parques eólicos, sete usinas movidas a biomassa, uma usina solar e duas termelétricas. "Já temos 96% de nossas fontes de energia provenientes de matrizes renováveis e o compromisso previsto no nosso Plano ESG é chegar a 100% até 2030”, diz Gachineiro.
Dois anos depois da compra da Renováveis, em 2021, a CPFL Energia passou a atuar de forma relevante também no segmento de Transmissão, ao adquirir a Companhia Estadual de Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-T), atual CPFL Transmissão. Hoje, são 6,4 mil km de linhas de transmissão, nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará.
O grupo segue ainda com outros negócios bem posicionados na prestação de serviços, soluções financeiras e, principalmente, no segmento de Distribuição. São quatro distribuidoras que atendem a 687 municípios nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Juntas, as concessionárias levam energia a mais de 10,5 milhões de residências.