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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
A estratégia da Vale de reduzir a produção de minérios em 30 milhões de toneladas a partir de 1º de novembro é adequada mesmo que isso reduza suas receitas, diz a Brascan Corretora. Para os analistas, ao anunciar a medida e justificá-la com a redução da demanda global por conta da crise, a empresa tomou a decisão “mais sensata”.
“Apesar do corte da produção reduzir o potencial de venda, com repercussões imediatas em receita e geração de caixa no curto e médio prazos, acreditamos que a medida é a mais adequada, face à queda de demanda na cadeia produtiva do aço em todo mundo”, diz a Brascan.
Em entrevista a EXAME, o presidente da Vale, Roger Agnelli, disse que siderúrgicas e revendedores estão em um momento de redução de estoques. Sem crédito, essas empresas passaram a vender o que já possuíam para fazer caixa. Grandes produtores de globais de aço já anunciaram publicamente a decisão de reduzir a produção em até 20% - o que tem impacto direto na demanda da Vale.
“Durante a apresentação dos resultados referentes ao terceiro trimestre de 2008, a Vale já havia mencionado que estava reduzindo seu ritmo de produção para vários metais e os cortes anunciados não apresentaram grande surpresa. Na verdade, esta nos parece a atitude mais sensata a se tomar neste momento, principalmente porque seus clientes de maior peso, as siderúrgicas, se encontram em fase de retração (pelo menos momentaneamente)”, diz a corretora.
A Brascan avalia ainda que “das medidas anunciadas, as de maior impacto para o resultados da Vale nos próximos trimestres são as reduções em minério de ferro nos Sistemas Sudeste e Sul, assim como os cortes de produção de níquel na China e na Indonésia”.
Atraente
A corretora mantém sua recomendação de “atraente” para as ações da Vale, com preço justo de 70,15 reais, correspondendo a um potencial de valorização de 178,4% sobre a cotação de fechamento desta quinta-feira. Nesta sexta, às 16h13, as ações preferenciais classe da Vale negociadas na Bovespa registravam alta de 0,51%, cotada a 25,33 reais.