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Corrida para abocanhar escolas coloca Kroton contra KKR

A Kroton está estudando entrar na briga pelas lucrativas escolas privadas de Ensino Fundamental e Médio, mas vai enfrentar uma forte concorrência


	Sala de aula da Kroton: Kroton e um punhado de bilionários apostam que as matrículas em escolas privadas continuarão fortes mesmo com a retração econômica
 (Germano Lüders/EXAME)

Sala de aula da Kroton: Kroton e um punhado de bilionários apostam que as matrículas em escolas privadas continuarão fortes mesmo com a retração econômica (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2015 às 18h16.

São Paulo - A administradora de universidades Kroton Educacional SA está estudando entrar na briga pelas lucrativas escolas privadas de Ensino Fundamental e Médio do Brasil. A empresa vai enfrentar uma forte concorrência.

A Kroton se junta, assim, ao fundo de private equity KKR Co. e a um punhado de bilionários que apostam que as matrículas em escolas privadas continuarão fortes mesmo com a retração econômica.

Para a Kroton, o segmento é uma nova área de crescimento depois que o governo da presidente Dilma Rousseff reduziu o financiamento barato para estudantes universitários, derrubando as ações da Kroton e colocando um fim a seus três anos de reinado como ação de maior retorno no Brasil.

Enquanto o financiamento estudantil é afetado pelas medidas do governo para reforçar suas contas fiscais, os investidores dizem que as famílias, pressionadas pela desaceleração econômica, desistirão de jantar fora e de viajar ao exterior, mas não voltarão a colocar os filhos em escolas públicas.

O aumento do número de matrículas em escolas privadas é um legado duramente conquistado na década de expansão econômica que impulsionou quase 45 milhões de pessoas à classe média.

“Tudo indica que sim, estaremos interessados nesse negócio, e vamos querer ser um player relevante no setor”, disse o CEO da Kroton, Rodrigo Galindo, em 30 de junho, em entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo, acrescentando que a decisão final será tomada no mês que vem.

“A ideia é comprar as melhores escolas em uma determinada cidade e usar essa marca para crescer organicamente em outros bairros e nas cidades vizinhas”.

Financiamentos estudantis

No ano passado, a Kroton se tornou a maior empresa educacional listada em Bolsa do mundo com a aquisição da Anhanguera, sua maior rival.

A Kroton, que tem sede em Belo Horizonte, aproveitou a onda da primeira geração de estudantes universitários custeados pelo programa de financiamento estudantil do governo, conhecido como Fies, que oferecia taxas de 3,4 por cento.

Nos três anos em que a Kroton liderou o índice acionário Ibovespa, o valor de suas ações se multiplicou por sete.

Tudo isso mudou neste ano. O Ministério da Educação do Brasil surpreendeu os mercados e provocou a queda das ações da empresa no último dia de negociação de 2014, quando publicou novas regras que limitaram o acesso aos financiamentos estudantis e alteraram os prazos de pagamento às faculdades.

De lá para cá, a pasta ampliou ainda mais as restrições, o que significa que apenas 37 por cento dos futuros estudantes da Kroton, aproximadamente, estariam qualificados para o financiamento. Cerca de 56 por cento do corpo discente atual da empresa utiliza financiamento do Fies, disse Galindo.

O Ministério da Educação não respondeu a um telefonema e um e-mail em busca de comentário.

“O Fies foi o grande impulso para essas empresas e para suas ações, mas elas não deveriam ter achado que o programa seria eternamente daquele jeito”, disse Danilo de Júlio, analista da Concórdia Corretora, que classifica a ação com o equivalente a hold (manter).

“É positivo que a empresa esteja procurando novos negócios, mas vai levar um tempo até que as escolas de Ensinos Fundamental e Médio representem uma parte significativa de sua receita”.

Em 2014, a Cognita Schools, da KKR, comprou parte de uma escola do Rio de Janeiro dois anos depois de adquirir uma instituição em São Paulo, onde os colégios mais caros cobram mais de US$ 25.000 por ano.

O bilionário Júlio Bozano disse, em uma reportagem em dezembro, que levantaria R$ 800 milhões (US$ 254 milhões) para um fundo de educação.

E o bilionário Jorge Paulo Lemann é o investidor principal da Gera Capital Venture, um fundo focado em educação que, no ano passado, buscava investir em escolas de ensinos Fundamental e Médio, segundo uma fonte com conhecimento do assunto.

A KKR, a Cognita, a Gera e o fundo de investimento de Bozano não retornaram imediatamente os pedidos de comentário.

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