A Totvs ("tótus", totalidade em latim), nova marca para a holding que controla as empresas de software Microsiga e Logocenter, criou outra subsidiária, a Totvs-BMI, resultado da incorporação da BMI. A BMI foi criada em março do ano passado pela empresária Chieko Aoki, proprietária da rede de hotéis Blue Tree Towers, e dedica-se à consultoria de gestão de negócios. A transação envolve investimento de 1,5 milhão de reais, dirigidos especialmente à contratação e qualificação de consultores. A Totvs terá 55% de participação no capital da Totvs-BMI, e os outros 45% serão de Chieko Aoki.

"Queremos complementar o desenvolvimento de aplicativos de gestão com consultoria de gestão", diz Laércio Cosentino, presidente da Totvs. A expectativa é que, em 3 a 4 anos, 10% dos 8 000 clientes dos softwares da empresa migrem para contratos de consultoria com a BMI. "Uma consultoria com 800 clientes não é algo que se vê por a", diz Mario de Oliveira, diretor superintendente da BMI, que possui atualmente cerca de 40 clientes (entre os quais a própria Blue Tree), com faturamento previsto para 2005 de 7 milhões de reais.

Segundo Oliveira, a Totvs-BMI pretende conquistar no médio prazo 25% do mercado de consultoria para empresas médias e familiares, e vai prestar serviços mesmo para companhias que não operam aplicativos Microsiga e Logocenter. Até o início de 2006, o quadro de consultores deve dobrar, para 100 profissionais. A expectativa de faturamento no ano que vem é de 12 milhões de reais, o que deve representar 3% do faturamento total da holding.

"Está ruindo a ilusão que muitas empresas acalentavam de que a implantação de softwares de gestão, por si mesma, traria mudanças radicais nos processos", afirma José Rogério Luiz, vice-presidente de gestão da Totvs. "Por outro lado, alterações de processo demandam complementação tecnológica." A holding Totvs projeta uma receita de 420 milhões de reais em 2005, 11% superior à apurada no ano passado.