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Contabilidade eleva lucro da Petrobras, dizem analistas

Novas regras permitirá à companhia melhorar o resultado do segundo trimestre em cerca de R$ 7 bilhões

Funcionários da Petrobras na Bacia de Campos: novas regras permitirão registrar de forma diluída parte do prejuízo causado pela variação cambial na dívida (Germano Lüders/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2013 às 20h03.

Rio de Janeiro - Uma mudança na contabilidade da dívida exposta à variação cambial da Petrobras permitirá à companhia melhorar o resultado do segundo trimestre em cerca de R$ 7 bilhões, reduzir a exposição cambial em cerca de R$ 70 bilhões e aumentar seu lucro, dizem analistas. No fim, o conjunto conduzirá a uma elevação do pagamento de dividendos da petroleira ao governo.

As novas regras permitirão à Petrobras registrar de forma diluída, ao longo dos próximos sete anos, parte do prejuízo causado pela variação cambial na dívida. A parcela exposta ao câmbio, cerca de US$ 50 bilhões no fim de março, subiu em reais na mesma proporção em que se valorizou a moeda estrangeira. No último trimestre, a alta de 10% do dólar representou, portanto, um prejuízo contábil de R$ 10 bilhões (US$ 5 bilhões).

A manobra contábil é legal. Com a perspectiva de um balanço melhor, as ações ordinárias (ON) da companhia, que pagam dividendos ao governo, subiram 7,25%, a maior alta do Ibovespa no pregão desta quinta-feira, 11. Mas o movimento seria especulativo, não teria trazido novos acionistas para a empresa, e pode inverter posição no médio prazo.

Gustavo Gattass, do BTG Pactual, disse que a medida o fez elevar a estimativa do resultado no segundo trimestre de R$ 100 milhões para RS 3,3 bilhões. Ele acredita, porém, que no médio prazo o efeito possa ser negativo. "No fundo, vejo esta movimentação como negativa, com uma ainda mais negativa conclusão por trás dela. Triste mesmo, porque o momento não é adequado", declarou, defendendo transparência na companhia.

Em fato relevante, a Petrobras anunciou que a regra do comitê de pronunciamento contábil CPC 38 permite que empresas reduzam impactos provocados por variações cambiais em seus resultados, desde que gerem fluxos de caixa futuros em moeda estrangeira no sentido oposto. No caso, a companhia usará o petróleo que exportará no futuro para anular a perda cambial no presente. Uma espécie de proteção (hedge) contra a variação cambial.

A companhia disse que o mecanismo contempla, inicialmente, cerca de 70% do total das dívidas líquidas expostas à variação cambial, protegendo cerca de 20% das exportações por um período de sete anos. Desta forma, a variação cambial só afetará a companhia à medida que as exportações sejam concretizadas.

Uma das anomalias da medida é o fato de a regra ser aplicada apenas às exportações, embora a Petrobras importe mais do que exporte. A companhia estaria naturalmente protegida da variação, se os preços dos combustíveis no mercado interno acompanhassem a flutuação internacional.

A Petrobras registra perdas bilionárias todo o trimestre ao importar diesel e gasolina mais caros no mercado internacional do que o vendido na bomba, já que o aumento dos combustíveis ao consumidor estouraria as metas de inflação do governo.

"Vemos essa mudança contábil como negativa, já que vai provavelmente melhorar artificialmente os resultados do segundo trimestre", disseram analistas do BES.

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Rio de Janeiro - Uma mudança na contabilidade da dívida exposta à variação cambial da Petrobras permitirá à companhia melhorar o resultado do segundo trimestre em cerca de R$ 7 bilhões, reduzir a exposição cambial em cerca de R$ 70 bilhões e aumentar seu lucro, dizem analistas. No fim, o conjunto conduzirá a uma elevação do pagamento de dividendos da petroleira ao governo.

As novas regras permitirão à Petrobras registrar de forma diluída, ao longo dos próximos sete anos, parte do prejuízo causado pela variação cambial na dívida. A parcela exposta ao câmbio, cerca de US$ 50 bilhões no fim de março, subiu em reais na mesma proporção em que se valorizou a moeda estrangeira. No último trimestre, a alta de 10% do dólar representou, portanto, um prejuízo contábil de R$ 10 bilhões (US$ 5 bilhões).

A manobra contábil é legal. Com a perspectiva de um balanço melhor, as ações ordinárias (ON) da companhia, que pagam dividendos ao governo, subiram 7,25%, a maior alta do Ibovespa no pregão desta quinta-feira, 11. Mas o movimento seria especulativo, não teria trazido novos acionistas para a empresa, e pode inverter posição no médio prazo.

Gustavo Gattass, do BTG Pactual, disse que a medida o fez elevar a estimativa do resultado no segundo trimestre de R$ 100 milhões para RS 3,3 bilhões. Ele acredita, porém, que no médio prazo o efeito possa ser negativo. "No fundo, vejo esta movimentação como negativa, com uma ainda mais negativa conclusão por trás dela. Triste mesmo, porque o momento não é adequado", declarou, defendendo transparência na companhia.

Em fato relevante, a Petrobras anunciou que a regra do comitê de pronunciamento contábil CPC 38 permite que empresas reduzam impactos provocados por variações cambiais em seus resultados, desde que gerem fluxos de caixa futuros em moeda estrangeira no sentido oposto. No caso, a companhia usará o petróleo que exportará no futuro para anular a perda cambial no presente. Uma espécie de proteção (hedge) contra a variação cambial.

A companhia disse que o mecanismo contempla, inicialmente, cerca de 70% do total das dívidas líquidas expostas à variação cambial, protegendo cerca de 20% das exportações por um período de sete anos. Desta forma, a variação cambial só afetará a companhia à medida que as exportações sejam concretizadas.

Uma das anomalias da medida é o fato de a regra ser aplicada apenas às exportações, embora a Petrobras importe mais do que exporte. A companhia estaria naturalmente protegida da variação, se os preços dos combustíveis no mercado interno acompanhassem a flutuação internacional.

A Petrobras registra perdas bilionárias todo o trimestre ao importar diesel e gasolina mais caros no mercado internacional do que o vendido na bomba, já que o aumento dos combustíveis ao consumidor estouraria as metas de inflação do governo.

"Vemos essa mudança contábil como negativa, já que vai provavelmente melhorar artificialmente os resultados do segundo trimestre", disseram analistas do BES.

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