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Conselho da Cimpor rejeita proposta de compra da CSN

São Paulo - O Conselho de Administração da Cimpor rejeitou hoje a proposta de compra feita pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e recomendou que os acionistas não vendam suas participações para a empresa brasileira. O Conselho já havia anunciado sua posição contrária à Oferta Pública de Ações (OPA) da CSN, mas a decisão foi tomada […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

São Paulo - O Conselho de Administração da Cimpor rejeitou hoje a proposta de compra feita pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e recomendou que os acionistas não vendam suas participações para a empresa brasileira. O Conselho já havia anunciado sua posição contrária à Oferta Pública de Ações (OPA) da CSN, mas a decisão foi tomada com base no anúncio anterior ao registro da oferta e, portanto, não avaliava as condições apresentadas no registro e no prospecto da operação.

Segundo comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), órgão regulador do mercado de capitais português, a oferta da CSN "subavalia significativamente a Cimpor" porque "incorpora um desconto sem precedentes face a anteriores ofertas na Europa".

De acordo com a empresa, o prêmio implícito na oferta da CSN é de 5,9% em comparação com a cotação média dos últimos três meses, enquanto outras ofertas hostis na Europa tiveram prêmios de 42% a 58%. O múltiplo EV (valor da empresa)/Ebitda [geração de caixa]) implícito na oferta da CSN é de 9,5 vezes, enquanto a média de transações comparáveis em "mercados maduros" teve múltiplo de 11,5 vezes, de acordo com a Cimpor. A média de transações comparáveis em "mercados emergentes" teve múltiplo de 12,4 vezes.

"Em termos de preço por ação, representa um desconto de 24% face a múltiplos de transação de empresas do setor em mercados maduros e um desconto de 32% face a múltiplos de transação de empresas de cimento em mercados emergentes", informou o conselho.

Assim como a primeira vez em que rejeitou a oferta, o conselho chamou a oferta da CSN de "oportunística" por ter sido lançada num ciclo desfavorável de resultados no setor e não considerar a recuperação esperada dos mercados, segundo a companhia. O conselho afirmou que o preço oferecido pela CSN é "muito baixo". De acordo com o comunicado, a oferta não foi conduzida no melhor interesse dos acionistas da Cimpor porque a CSN lançou a oferta sem as autorizações legalmente exigíveis, não efetuou o depósito da contrapartida nem apresentou garantia bancária, não explicitou "cabalmente" os termos do financiamento da aquisição e não concretizou seus planos estratégicos para a Cimpor.

O conselho da empresa portuguesa destacou que o prazo da oferta foi estabelecido em três semanas, o que é insuficiente e inferior ao verificado em outras ofertas hostis em Portugal. "O período da oferta prejudica a discussão e negociação de alternativas no melhor interesse da Cimpor e dos seus acionistas", informou. A companhia afirmou ainda que o período da oferta limita a possibilidade de outros interessados apresentarem transações criadoras de valor para os acionistas da Cimpor.

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