São Paulo - Presente em mais de 28 milhões de casas no Brasil, a
marca de produtos de limpeza Veja é líder de mercado na sua categoria, com uma participação de 34%, segundo a consultoria Nielsen. O Veja Multiuso, item mais conhecido da linha, só é vendido por aqui e foi desenvolvido especialmente para os consumidores do país. Ele foi criado em 1969 com o objetivo de unir vários limpadores em um só, "universal", que pudesse ser usado para higienizar diversos tipos de sujeira e superfície. A responsável pela invenção foi a Atlantis Brasil, na época subsidiária da Reckitt & Colman, empresa que posteriormente se fundiu à Benckiser NV e deu origem à
Reckitt Benckiser (RB), atual dona do rótulo. De lá para cá, a linha Veja ganhou novas fragrâncias e especialidades e soma hoje cerca de 50 produtos, com 30 fórmulas diferentes. EXAME.com visitou a
planta da RB em São Paulo e mostra como é o processo de fabricação do tradicional Veja Multiuso, desde a embalagem até o envase. Confira nas fotos.
2. Criação da fórmula 2 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
A criação dos produtos de limpeza da RB começa com pesquisas junto aos consumidores para descobrir o que eles desejam e ainda não encontram no mercado.
A partir daí, a empresa passa a testar diferentes combinações de elementos até conseguir chegar a uma fórmula que funcione para aquela necessidade. Cerca de 25 profissionais fazem esse trabalho de desenvolvimento no laboratório da companhia, que fica junto à fábrica em São Paulo.
3. Ingredientes "secretos" 3 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
No caso do Veja Multiuso, a mistura para limpar diferentes sujeiras e superfícies foi "descoberta" há 46 anos e é composta de água, detergentes, solventes, fragrância e outros ingredientes coadjuvantes que a empresa não revela. Na prática, funciona assim: basicamente, os solventes e a água diluem a gordura para que os detergentes possam removê-la.
4. Análises e mais análises 4 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Além do Multiuso, a linha Veja possui produtos específicos para cozinha, banheiro e vidros, além dos diluíveis. O que muda nas fórmulas de um para o outro são a concentração de cada um dos materiais e a combinação entre eles. Descoberta a fórmula, uma análise físico-química é realizada no produto para verificar se ele apresenta as características ideais, como o teor de cada matéria-prima, o PH e a viscosidade.
5. Teste de eficiência 5 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Além disso, são feitos testes de performance qualitativa e quantitativa. Em um deles, uma quantidade específica de diferentes limpadores é colocada em esponjas. Depois, com a ajuda de uma máquina, essas esponjas são pressionadas contra diversas superfícies e sujeiras para verificar qual fórmula limpa melhor cada uma delas. O processo não é feito manualmente porque cada pessoa limparia com uma força e um ritmo. Com o equipamento, essas variáveis ficam padronizadas.
6. Tempo de limpeza 6 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Um outro teste também é feito para identificar o tempo que um produto gasta para limpar um determinado tipo de mancha. Os resultados são observados visualmente e também por meio de aparelhos que medem a porcentagem de remoção. "Tudo isso é necessário para encontrar a fórmula que age mais rapidamente e com o menor esforço", explica Cristiane Ramalhoso, gerente da área de pesquisa e desenvolvimento da RB para o Brasil e Cone Sul.
7. Aval dos consumidores 7 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Terminadas todas essas etapas, se a "receita" for tecnicamente aprovada, ela é encaminhada para uma avaliação sensorial junto dos consumidores. Para isso, a empresa mantém em seu laboratório salas que reproduzem cômodos de uma casa, como cozinha e banheiro, construídos com pisos e materiais diferentes. Os clientes são convidados a usar o novo produto nesses locais e dizer se gostam ou não da fragrância, do visual e do toque que ele deixa no ambiente, ou seja, se funciona. Cada formulação desenvolvida pela RB é testada dessa forma por 30 a 60 consumidores. As visitas à unidade ocorrem pelo menos uma vez por semana e cerca de 80% delas são relacionadas à marca Veja.
8. Planta piloto 8 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Aprovada pelos técnicos e pelos consumidores, a fórmula é reproduzida em uma planta piloto para definir como ela será feita em larga escala. Com tudo pronto, ela já pode ser encaminhada para a fábrica.
9. Fabricação automatizada 9 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
O processo de produção do Veja Multiuso é praticamente todo automatizado. Ele é fabricado na planta de líquidos da Reckitt Benckiser. Na sede, que fica no bairro Jardim Arpoador, em São Paulo, são feitos ainda itens em pó e aerossol.
10. Mistura controlada 10 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
As matérias-primas usadas em maior quantidade são bombeadas para o tanque de fabricação diretamente dos silos de armazenamento, por meio de canos. Já as usadas em menor quantidade são pesadas e enviadas para a célula de carga (foto). Basicamente, os ingredientes são misturados a uma velocidade constante a uma alta temperatura, controladas de forma automática.
11. 700.000 litros 11 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
A mistura fica com o aspecto de espuma visto na foto e posteriormente é diluída em água e enviada em tubos, também automaticamente, para o setor de envase. Cada lote de produção gera 70.000 litros de produto final e o processo de preparação leva em torno de uma hora.
Antes de o líquido ir para o envase, porém, uma amostra é enviada para o laboratório de controle de qualidade para verificar se sua cor, odor e outras características estão dentro do padrão. Essa análise é feita com a ajuda de máquinas e também de um funcionário treinado para isso.
12. Produção da embalagem 12 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
A embalagem do Veja Multiuso também é feita pela própria RB, na planta de São Paulo. O processo começa com uma resina incolor fabricada por fornecedores que é bombeada direto dos silos de armazenamento para os de produção por meio de ar. Em um “tanque”, essa resina é misturada a um corante azul e enviada a uma máquina chamada extrusora, que agita e aquece o material a uma temperatura de 50 a 90 °C, fazendo com que ele derreta e fique com uma aparência homogênea.
13. Resina e corante 13 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Na foto ampliada, o número 1 indica a resina, o 5 o corante e 2 as rebarbas de embalagens que voltam para a máquina para serem reaproveitadas.
14. Cada "mangueira", um frasco 14 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Depois, a mistura pastosa é bombeada para um equipamento que a transforma em uma espécie de mangueira, como se pode ver na foto.
15. Ganhando forma 15 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Ela então cai dentro de um móvel negativo e recebe um sopro de ar, que faz com que ela tome a forma de frasco.
16. Sobras reaproveitadas 16 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Depois, a embalagem é encaminhada automaticamente para um outro equipamento que define o gargalo e recorta as sobras (observadas na parte inferior da foto), que são enviadas de volta à extrusora.
17. Sem furos 17 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Agora o frasco está pronto e, por uma esteira, recebe jatos de ar comprimido para identificar possíveis vazamentos. Aqueles que contêm furos ou defeitos são eliminados automaticamente e seguem de volta para a extrusora para serem derretidos, enquanto os perfeitos são enviados por um tubo, por meio de ar, até um depósito.
18. 28.000 embalagens por hora 18 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Nessa “caçamba” vista na foto, estão os frascos já terminados e prontos para receber o rótulo. Em seguida, eles são alinhados com a ajuda de uma máquina e seguem para a impressão. A cada hora, são produzidas 28.000 unidades.
19. Flambagem e impressão 19 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Os rótulos de Veja Multiuso são, de fato, impressos na embalagem, por um processo chamado serigrafia. Primeiramente, os frascos passam por uma flambagem. Ela serve para que a pintura, que acontece no passo seguinte, grude na superfície quente. O fogo pode ser observado no lado direito da foto.
20. Tinta branca 20 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Em seguida, eles recebem uma camada de tinta branca.
21. Tinta vermelha 21 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Logo depois vem a segunda camada, de tinta vermelha. No fim de cada impressão, a secagem é feita por uma luz ultravioleta, como se pode ver no canto direito da foto. Ao fim desse processo, uma funcionária treinada confere se a marca foi impressa de forma correta.
22. Pela esteira 22 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Da esteira de impressão, as embalagens vão direto para a linha de envase.
23. Envase "instantâneo" 23 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Elas são reposicionadas automaticamente pelas máquinas e recebem o produto já pronto, armazenado nos tanques.
24. Produto vedado 24 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Imediatamente depois envase, a tampa já é colocada, também de forma automática. Tudo acontece em segundos e uma câmera confere se a vedação ocorreu de forma adequada.
25. Pesagem manual 25 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
O Veja Multiuso já está pronto e engarrafado. Apesar de cada bico de envase possuir uma balança acoplada para determinar a quantidade exata de líquido que deve entrar nos frascos, depois de prontos, alguns exemplares são pesados manualmente para garantir que todo o processo deu certo.
26. Tudo pronto 26 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
O produto segue então por uma esteira e é depositado em caixas, que são enviadas direto para os distribuidores.
27. Depósito em caixas 27 /28(Luísa Melo/EXAME.com)
Depois de tudo acabado, amostras ainda são enviadas para o laboratório de estabilidade para verificar se o limpador mantém a validade em diversas condições de temperatura e pressão, como determina a Anvisa. O tempo total da produção, desde a mistura dos ingredientes até o envase, é de cerca de duas horas.
28. Agora conheça os bastidores da fabricação de uma barrinha de cereais da Nutry 28 /28(Exame.com/Karin Salomão)