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Como Pincus, do Zynga, saiu da fazendinha dos bilionários

Há apenas dois anos, o fundador do Zynga ostentava uma fortuna de US$ 2 bilhões, mas, para os críticos, ele colheu o que plantou


	Pincus: criador de Farm Ville não soube plantar as sementes certas para o Zynga crescer
 (Stephen Lam/Reuters)

Pincus: criador de Farm Ville não soube plantar as sementes certas para o Zynga crescer (Stephen Lam/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2013 às 16h20.

São Paulo – Há apenas dois anos, Mark Pincus estreava na lista de bilionários da Forbes com um patrimônio estimado em 2 bilhões de dólares. Seu cartão de visitas era o Zynga, empresa de criação de games para a internet que arrebatava fãs com Farm Ville, a célebre fazendinha que muitos de seus amigos lhe convidaram a frequentar no Facebook.

Na última semana, porém, Pincus podia se passar por um “anônimo” no mundo dos homens mais ricos do planeta. A revista americana Forbes estimou que sua fortuna havia despencado para 780 milhões de dólares. Com isso, o americano deixou oficialmente a lista dos bilionários da Forbes.

O “empobrecimento” de Pincus é consequência direta da queda das ações do Zynga, que abriu seu capital em dezembro de 2011 na Nasdaq, sob uma grande festa e uma forte expectativa de que os investidores haviam encontrado o próximo Google ou Facebook.

O que se viu, porém, foi uma série de escorregões que minaram a confiança do mercado, derrubaram o valor da companhia e colocaram o seu fundador para fora do clube dos bilionários.

Olho do dono

De acordo com a Forbes, um momento simbólico dos problemas da empresa foi a decisão de Pincus de vender 16,5 milhões de papéis do Zynga (cerca de 16% das ações emitidas) em março de 2012, após o fim do período de lock-up (aquele em que os detentores de papéis são proibidos de comercializá-los).

Como bem descobriu o empresário brasileiro Eike Batista, quando o dono vende parte de sua companhia no mercado, os investidores desconfiam de que nem ele próprio confia no futuro do que criou. Foi o que derrubou recentemente as ações da OGX de Eike, e foi o que derrubou os papéis do Zynga.

Desde que Pincus se desfez dessa fatia, o preço das ações nunca mais voltou ao patamar pré-IPO. Hoje, a empresa vale apenas 25% do que quando chegou à Nasdaq.


Mas parte dos críticos afirma que o recuo da empresa não é apenas uma questão de mercado acionário. Para eles, Pincus colheu o que plantou também na forma como conduziu o negócio. A New York Magazine não poupou tintas ao pintá-lo como um Robespierre do Vale do Silício. Para a revista, seu estilo era intimidador, excessivamente controlador e ardiloso.

Para Charles Cooper, blogueiro da CNET News, crucificar Pincus pelo encolhimento do Zynga é um exagero, mas ele admite que ninguém sentirá falta, nem “derramará uma lágrima”, pelo ex-bilionário. O motivo é simples: ele falhou em entregar os resultados que prometeu no IPO.

A pressão levou Pincus a deixar a presidência executiva do Zynga nesta segunda-feira, que será ocupada pelo ex-executivo da Microsoft Mattrick. Embora ainda detenha 61% das ações com poder de voto da empresa, não se espera que Pincus interfira na nova gestão – até porque ele só colheu tempestades.

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