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Comando da CNova, do Casino, sofre mudanças

A CNova, empresa de comércio eletrônico do grupo francês Casino, dono do Pão de Açúcar, informou que Emmanuel Grenier será o único presidente da companhia


	Centro de distribuição da CNOVA, em Cajamar (SP)
 (Leandro Fonseca/Exame)

Centro de distribuição da CNOVA, em Cajamar (SP) (Leandro Fonseca/Exame)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2016 às 09h57.

São Paulo e Nova York - A CNova, empresa de comércio eletrônico do grupo francês Casino, dono do Pão de Açúcar, informou ontem (22) ao mercado que o executivo Emmanuel Grenier será o único presidente da companhia.

O anúncio ocorreu um dia depois de o executivo German Quiroga, que também era copresidente da CNova e presidente da subsidiária brasileira, ter renunciado ao cargo.

Grenier, que também é membro executivo do conselho de administração da CNova e está no Casino desde 1996, foi indicado ao cargo de copresidente em junho de 2014. Para o cargo de presidente da companhia no Brasil, antes ocupado por Quiroga, foi nomeado Flávio Dias, que assumirá no dia 15 de fevereiro. A renúncia de Quiroga, segundo comunicado da CNova Brasil, "foi uma decisão pessoal acordada com a administração da empresa" e que não tem nada a ver com as investigações as investigações em curso.

Roubo

A CNova passa por um período turbulento. No 18 de dezembro, a empresa comunicou ao mercado que estava fazendo uma investigação interna para apurar possíveis irregularidades na gestão dos estoques do Brasil. A empresa é resultado da fusão entre os ativos do Casino, como a CDiscount, com os do Pão de Açúcar (Nova Pontocom, que opera os sites do Extra, Casas Bahia e Ponto Frio).

A companhia estaria sendo vítima de roubo por um grupo de funcionários que atuavam nos sete centros de distribuição da CNova, desviando eletroeletrônicos e eletroportáteis devolvidos para comercializá-los ilegalmente. O esquema, segundo fontes, ocorria há pelo menos cinco anos.

No dia 12 de janeiro, a companhia voltou ao mercado para informar que suas receitas líquidas foram infladas em cerca de R$ 110 milhões, no acumulado até 31 de dezembro de 2015, em virtude dessas irregularidades. As provisões para essas perdas poderiam reduzir o lucro antes de juros e impostos (Ebit) da empresa. O balanço de 2015 será divulgado dia 24 de fevereiro.

A companhia identificou saldos adicionais de contas a pagar de fornecedores e provedores no valor de R$ 70 milhões, que também exigirão provisões. Além disso, será necessária uma redução na mensuração do valor de itens danificados ou devolvidos de cerca de 10% dos estoques.

Ação coletiva

Na quinta-feira, o escritório de advocacia Glancy Prongay & Murray, com sede em Los Angeles, entrou com uma ação coletiva em Nova York contra a CNova, o comando da empresa e os bancos que cuidaram da abertura de capital da companhia. Os advogados argumentam que a empresa burlou as leis do mercado de capitais dos EUA ao não divulgar adequadamente as informações relacionadas aos desvios de produtos e às investigações.

Aparecem como réus no processo, além da companhia, nove bancos e 11 executivos. Entre eles, está o diretor financeiro Vitor Faga de Almeida, o diretor Eleazar de Carvalho Filho e o copresidente, Emmanuel Grenier. Ontem, as ações negociados na Nasdaq fecharam a US$ 2,21, queda de 25% desde o dia 18 de dezembro.

Procurada para falar sobre o processo, a CNova não retornou os pedidos de entrevista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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