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Com PDV e venda de refinarias, Petrobras deve reduzir 15 mil funcionários

Petrobras espera assinar contratos de vendas refinarias este ano e fechá-los em 2021, em meio a um grande programa de desinvestimentos

Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro: empresa registrou 10 mil pedidos de demissão com Plano de Demissões Voluntárias (Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)

Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro: empresa registrou 10 mil pedidos de demissão com Plano de Demissões Voluntárias (Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de julho de 2020 às 13h26.

Última atualização em 1 de julho de 2020 às 14h53.

A Petrobras será reduzida a 30 mil empregados já no ano que vem, avaliou nesta quarta-feira, 1º de julho, o presidente da companhia, Roberto Castello Branco. A redução conta com as 10 mil adesões ao Plano de Demissões Voluntárias (PDV) e com a venda de oito refinarias da estatal.

"Pretendemos trabalhar com 30 mil (empregados), de 45.400. Vamos para 35 mil com o PDV e com as vendas de refinarias chegaremos próximo a 30 mil. Vamos continuar a operar bem e ter custos mais baixos", afirmou o executivo em live promovida pelo Valor Econômico.

Segundo ele, duas mil pessoas já deixaram a companhia este ano.

O presidente da Petrobras também afirmou que está feliz com as propostas recebidas para a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, e que a próxima oferta vinculante que será recebida se refere à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná.

Sem querer especificar o número de propostas recebidas, o executivo se limitou a comemorar as ofertas em meio à crise financeira trazida pela pandemia.

"Sem dúvida nenhuma não há motivo para ficar desanimado, foi o primeiro grande ativo colocado este ano em momento muito grave para todos, ficamos felizes", disse Castello Branco em live promovida pelo jornal Valor Econômico.

Segundo ele, os investidores interessados nas oito refinarias da empresa postas à venda não estão manifestando desistência. "Não tivemos desistências entre as propostas não vinculantes, alguns pediram adiamento, para conseguir mais tempo para avaliar o mercado e captar funding", explicou.

"Nossa expectativa ainda é assinar contratos de refinaria este ano, pode ser que alguma coisa fique para 2021, e o fechamento das transações será ao longo de 2021", informou o executivo.

Gaspetro

Castello Branco também se disse otimista com a conclusão da venda da Gaspetro este ano, que está na fase de seleção do vencedor das propostas vinculantes já entregues. "É possível que até o final do ano feche a transação (da Gaspetro)", sinalizou, informando que a sócia Mitsui na Gaspetro até o momento não demonstrou interesse de exercer seu direito de preferência para aumentar sua fatia na empresa.

BR Distribuidora

O presidente da Petrobras disse que a bolsa de valores não cria neste momento um ambiente amigável para o follow on da BR Distribuidora. Em live, o executivo afirmou que a intenção de vender a parcela recente que a petroleira tem na distribuidora continua. "Não aconteceu até agora pelo mercado de capitais. A bolsa brasileira foi uma das que mais caiu. E isso não cria um ambiente amigável para follow on. Temos que ser pacientes e aguardar momento certo", disse.

Braskem

Sobre a Braskem, ele comentou que está trabalhando com a Odebrecht, a outra parceira no negócio, para revisar várias questões, inclusive a de Alagoas, onde alguns bairros de Maceió afundaram por conta da produção de sal-gema da petroquímica, e a do acordo de acionistas.

"Estamos trabalhando para algo que permita vender Braskem em oferta pública. Mas é algo para se fazer com paciência, não deve acontecer nos próximos meses", disse.

Ativos

Castello Branco voltou a falar sobre a intenção da companhia de vender ativos de campos terrestres e de águas rasas. E disse que a Petrobras vai focar em águas profundas, onde se pode extrair melhores retornos financeiros. Ele disse que essa decisão vai beneficiar pequenas e médias empresas de exploração de petróleo. "Ganha a Petrobras porque promove a alocação de recursos para ativos de melhor retorno e ganham também os Estados do Nordeste e Amazonas", comentou.

Segundo ele, o Campo do Azulão, que era da Petrobras, foi vendido para a Eneva, que está investindo R$ 1,8 bilhão nesse campo. "Todos ganharam (com essa operação)."

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