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Com moda sem gênero, Mercado Livre se aproxima mais de público descolado

No mês passado, o varejista já havia lançado categoria especial para produtos sustentáveis, diferenciando-se dos portais tradicionais de comércio eletrônico

Moda sem gênero: estratégia é atingir público jovem e antenado (Mercado Livre/Divulgação)
DG

Denyse Godoy

Publicado em 18 de setembro de 2019 às 19h44.

Última atualização em 18 de setembro de 2019 às 19h46.

Depois de lançar no mês passado uma categoria de produtos sustentáveis, o Mercado Livre, maior portal de comércio eletrônico da América Latina, está abrindo uma seção exclusiva para itens de moda sem gênero. Oferecendo peças de vestuário que podem ser usadas tanto por homens como por mulheres, o site se aproxima mais de um público descolado que leva em consideração valores como a exaltação da diversidade na hora de consumir.

Além do Brasil, clientes da Argentina, do Chile, da Colômbia, do México, do Peru, do Uruguai e da Venezuela também passam a ter essa opção dentro o portal. Inicialmente, estarão disponíveis 120 itens de marcas que já produzem peças de vestuário sem gênero, como Another Place, Pangea, Isaro e Yuool. Em uma campanha publicitária lançada hoje, o Mercado Livre vai convidar outras fabricantes a comercializar suas peças nessa seção.

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“Temos no grupo uma preocupação com sustentabilidade, com o respeito às pessoas, com a diversidade e com a liberdade que se reflete na nossa operação cotidiana, então esse tipo de iniciativa é natural”, diz Cristina Farjallat, diretora de marketplace do Mercado Livre no Brasil. “Observamos também a tendência de mercado de cada um querer se vestir da maneira como achar melhor.”

Na feroz briga do varejo eletrônico brasileiro, a estratégia de dar destaque para esse tipo de produto deve ajudar o Mercado Livre a se diferenciar de concorrentes tradicionais como o Magazine Luiza, a B2W – que reúne o Submarino e as Lojas Americanas – e a Via Varejo – do Ponto Frio e das Casas Bahia –, atraindo consumidores mais jovens.

O Mercado Livre, criado na Argentina em 1999, é líder no comércio eletrônico brasileiro, com a maior gama de itens e uma participação de 32% nas vendas do setor, de acordo com dados compilados pelo banco de investimentos Bradesco BBI. A B2W vem em segundo, com 19%, depois vêm o Magazine Luiza e a Via Varejo, com 9% cada.

A categoria de moda é importante para aumentar a frequência de compra dos clientes nos sites. Sabendo disso, em junho o Magazine Luiza neste ano comprou a loja de artigos esportivos Netshoes, que inclui o site de vestuário Zattini, por 115 milhões de dólares. O Mercado Livre já detém uma fatia de cerca de 50% nas vendas online de roupas e sapatos no Brasil, porém precisa fazer ajustes no site para ganhar mais espaço. Em comparação com sites especializados em moda, não oferece uma tabela de medidas das peças e a categorização das peças não é muito sofisticada. Esses pontos devem ser melhorados, segundo Farjallat.

De qualquer maneira, o grupo varejista argentino não espera que esses nichos de produtos sustentáveis e roupas sem gênero impulsionem significativamente a sua receita, que subiu 64% no segundo trimestre de 2019 ante o mesmo período de 2018, para 302 milhões de dólares – o equivalente a 55% do total do faturamento na América Latina.

“É mais uma questão de posicionamento e de compromisso com um mundo melhor”, afirma a diretora de marketplace. “Pelo portal, mais marcas vão poder encontrar o consumidor que compartilha desses valores.”

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