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Com elevadores gigantes de R$ 80 milhões, Leroy Merlin quer chegar aos R$ 10 bilhões no Brasil

Com investimento no centro de distribuição de Cajamar, a varejista quer diminuir o frete e o prazo de entrega

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 18 de abril de 2024 às 13h32.

Última atualização em 19 de abril de 2024 às 10h09.

Depois de três anos de obras e investimento de R$ 80 milhões, a varejista de construção Leroy Merlin viu o dia a dia em seu único centro de distribuição no Brasil mudar. O primeiro transelevador de peças de cerâmica do país começou a operar há três semanas.

Com 22,5 metros de altura em uma área de automação de 6 mil metros quadrados, os seis elevadores gigantes vão trabalhar com quase 20 mil posições de pallets. A novidade mudou o preparo de pedidos da companhia que faturou 9,3 bilhões de reais em 2023, alta de 10,7%. Antes, funcionários separavam as peças pesadas de forma manual.

Com megaelevadores e um sistema digital de controle, a varejista vai conseguir verticalizar boa parte do estoque e ganhar agilidade na coleta e armazenamento de peças de cerâmica. O resultado: entregas mais rápidas e frete menor.

"Com o equipamento operando na capacidade máxima no centro de distribuição, vamos passar de 900 pedidos por dia para 2600", diz Marcelo Arantes, diretor da cadeia de suplementos da Leroy Merlin.

A nova estrutura ainda não foi totalmente abastecida. A expectativa é de que ela passe a operar na capacidade máxima no final de maio. 

Hoje as peças de cerâmica representam cerca de 15% do estoque do centro de distribuição de Cajamar, no interior de São Paulo, e 60% das entregas para a casa dos consumidores.

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Como vai funcionar

Após investimento de R$ 80 milhões, Leroy Merlin inaugura área automatizada no centro de distribuição em Cajamar, São Paulo.

Após investimento de R$ 80 milhões, Leroy Merlin inaugura área automatizada no centro de distribuição em Cajamar, São Paulo. (Leroy Merlin/Divulgação)

Na hora da coleta de um pedido, os elevadores robotizados retiram os produtos e levam até a “estrutura dorsal” na qual os itens são transportados até esteiras que chegam as estações de coleta.

Com garras mecânicas que zeram a gravidade das peças de cerâmica, os funcionários conseguem mover com facilidade os produtos e preparar os pedidos, transportados por esteiras até as docas e caminhões de transporte.  

"A modernização do processo oferece mais ergonomia para os funcionários que operam com a cerâmica. Antes eles movimentavam de forma manual pallets de cerâmica que chegam a pesar 2 toneladas", diz Patrícia Bello, diretora de projetos supply chain da Leroy Merlin.

Leroy Merlin: centro de coleta de produtos em sistema automatizado

Leroy Merlin: centro de coleta de produtos em sistema automatizado (Leroy Merlin/Divulgação)

Com o aumento da capacidade de preparo de pedidos, a expectativa é que os clientes recebam os produtos num prazo menor. 

"Com o novo sistema será possível fazer entregas em 24 horas em São Paulo e 48 horas no Rio de Janeiro, por exemplo", diz Arantes.

Outro benefício ao consumidor final será a redução em até 10% no valor do frete. "Vamos conseguir diminuir a ociosidade dos carros de entrega em 20%", diz o executivo.

Com o novo sistema e cinco novas lojas em 2024, a expectativa é chegar aos R$ 10,2 bilhões de receita.

"A automação implementada não só aumentará nossa eficiência operacional, mas também impulsionará nosso potencial de crescimento. A nova solução nos permite oferecer rapidez e agilidade aos nossos clientes e também nos posiciona como facilitadores do crescimento do mercado de cerâmica", diz. Arantes.

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