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Com NBA como cliente e US$ 100 milhões no bolso, empresa de IA para esporte chega ao Brasil

A WSC Sports, fundada em 2011, oferece soluções para criação de conteúdos esportivos em real usando inteligência artificial e atraiu mais de 250 ligas

Amir Gelman, da WSC Sports: o Brasil é um mercado potencial porque é um país tem alto engajamento do público (WSC Sports/Divulgação)

Amir Gelman, da WSC Sports: o Brasil é um mercado potencial porque é um país tem alto engajamento do público (WSC Sports/Divulgação)

A israelense WSC Sports escolheu o Brasil como o primeiro destino no seu processo de expansão pela América Latina. A movimentação vem meses após receber aporte de US$ 100 milhões, valor que está sendo usado para investimentos em tecnologia, desenvolvimento de produto, expansão e novas contratações.

A empresa, fundada em 2011 por quatro engenheiros, oferece soluções de tecnologia que permitem, a partir do uso de inteligência artificial, a criação de conteúdos curtos, como stories e destaques, em tempo real de eventos esportivos.

Com a automação, as organizações esportivas procuram incrementar a experiência, gerar maior engajamento dos fãs e também negócios. Os vídeos são usados em pushs, Google Stories, redes sociais e ainda aplicativos das competições.

Para a Premier League, nome da liga inglesa de futebol, a tecnologia gerou mais de 54 mil vídeos na temporada de 2021 e 2022.

Quem são os clientes da empresa

“Para gerar os vídeos em tempo real, a equipe ensina ao sistema o que procurar em cada esporte, como entender os sons da torcida e do árbitro, identificar o que é interessante ou incomum. Usamos machine learning para detectar, indexar e marcar automaticamente cada momento de um jogo em tempo real”, afirma Amir Gelman, General Manager & Head of Business Development Americas e quem liderará a operação brasileira. A solução é usada em cerca de 20 segmentos esportivos, como futebol, basquete, hoquei e golf.

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Atualmente, o serviço da WSC é utilizado por 250 ligas e tem acordos com NBA, Bundesliga, ESPN, Warner Bros. Discovery, YouTubeTV e La Liga. Com o apelo pelo mundo dos esportes, uma paixão dividida pelos quatro fundadores, a empresa conseguiu atrair alguns investidores desse ambiente para financiar a operação.

Conta com recursos, por exemplo, Detroit Venture Partners, fundo criado Dan Gilbert, proprietário do Cleveland Cavaliers; do HBSE Ventures, dona do Philadelphia 76ers e do New Jersey Devils; Elysian Park Ventures, braço de investimentos do grupo de proprietários do Los Angeles Dodgers; e da WISE Ventures, liderada pela família Wilf, dona do Minnesota Vikings.

Além deles, tem outros investidores como Ion Crossover Partners (ICP), que liderou a rodada da série D de 100 milhões, a Inter Capital e O.G. Tech. Desde 2011, a empresa já recebeu US$ 136 milhões, sendo esse último o de maior valor.

A forte presença das franquias da NBA como investidores é porque a liga americana foi o primeiro grande espaço de exposição para a empresa. Em 2014, a WSC e a competição de basquete fizeram um projeto com o objetivo de otimizar a plataforma de IA, iniciativa que um ano depois se transformaria em parceria para o uso da tecnologia.

Antes disso, os fundadores Daniel Shichman, Aviv Arnon, Shmulik Yoffe e Hy Gal enfrentaram dificuldades para vender a solução para grandes ligas e emissoras. Por um período, chegaram a se concentrar no mercado de futebol, oferecendo o modelo para olheiros que precisavam acompanhar o desempenho de jogadores.

Como será a entrada no Brasil

Para entrar no mercado brasileiro, a empresa procurou se antecipar e encontrar clientes que pudesses servir de referência para o seu produto. Foi assim que fechou com a Globo - incluindo Globoplay e o Globo Esporte -, e competição automobilística Stock Car, que representam os dois principais segmentos de clientes: promotores dos eventos e emissoras de TV.

“O Brasil é um mercado potencial para a WSC Sports já que o país tem alto engajamento do público nas redes sociais e muito interesse por conteúdos esportivos”, diz Gelman.

A operação local começa com quatro pessoas dedicadas e que serão apoiadas pelo time global da companhia, hoje com 370 funcionários. Por enquanto, a empresa não prevê a abertura de escritório no país.

Além do Brasil, a empresa quer entrar no México e à Argentina nos próximos meses, fechando o trio das maiores economias da América Latina.

Os escritórios da empresa estão distribuídos por Tel Aviv, em Israel, onde fica a sede da companhia, Nova Iorque, nos Estados Unidos, Sidney, na Austrália, e ainda Japão e China.

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