Negócios

Com CCE, Lenovo quer ser líder no Brasil em três anos

Juntas, companhias têm 7% do mercado brasileiro; em três anos, a meta é dobrar o percentual e garantir a liderança

Executivos da Lenovo e CCE em coletiva de imprensa, no Brasil (Divulgação)

Executivos da Lenovo e CCE em coletiva de imprensa, no Brasil (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2012 às 09h43.

São Paulo - A chinesa Lenovo anunciou nesta quarta-feira a compra do Grupo Digibras, dono da CCE, por 300 milhões de reais. A informação havia sido adiantada pelo blog Primeiro Lugar, de Tiago Lethbridge, em EXAME.com, na tarde de ontem. A companhia levará todos os negócios do grupo brasileiro, que incluem a Digibras, dona da marca CCE e fabricante de produtos como TVs e computadores, e a Digiboard, que monta placas eletrônicas e painés de LCD e LED.

Com a aquisição, que envolve dinheiro e ações pelo controle total da CCE, a Lenovo quer entrar para valer no mercado de computadores no Brasil. Juntas, as duas companhias possuem 7% do negócio de PCs no país. A meta é dobrar essa participação em três anos e abocanhar o primeiro lugar entre as competidoras.

O propósito não vem de hoje. Em 2010, a empresa tentou levar a Positivo, em uma negociação que acabou sendo abortada na etapa final. A Positivo, aliás, será uma das principais concorrentes da Lenovo. A companhia paranaense é líder na venda de computadores por aqui, seguida pela americana HP.

A própria CCE não é uma veterana no mercado: companhia familiar do ramo eletrônico, a empresa decidiu apostar no negócio de computadores pessoais no início de 2006. De fevereiro a outubro daquele ano, conseguiu vender 37.000 unidades. Cinco anos depois, a produção bateria em 774.000 computadores, entre notebooks e desktops.

Uma de suas grandes vantagens no escoamento dos produtos é sua presença entre varejistas. Com itens disponíveis em mais de 20.000 pontos de vendas, a CCE faturou 1,6 bilhão de reais no ano passado.

Perspectivas 

"A CCE, com seu portfólio completo de produtos e base valiosa de fabricação no Brasil, é uma parceira perfeita", afirmou Yang Yuanqing, CEO global da Lenovo. "A equipe de gestão da CCE, que será essencial às nossas operações no Brasil, conhece bem o consumidor brasileiro e vai nos ajudar a estabelecer rapidamente uma presença forte no varejo local", completou o executivo.

Em coletiva à imprensa, os executivos da Lenovo reforçaram que a equipe da CCE continuará a mesma, com a manutenção de Roberto Sverner no cargo de CEO da empresa. Tanto as marcas dos produtos da CCE, quanto da Lenovo não sofrerão modificações, com o objetivo de "maximizar os pontos fortes de cada uma".

Mesmo após o período de transição, a Lenovo afirmou que não haverá interrupção nas operações individuais das duas companhias, incluindo fabricação, atendimento, entrega de produtos e garantia. O plano de negócios tampouco prevê a dispensa dos funcionários da CCE - hoje são 5.900 colaboradores no país.

Com sete fábricas divididas entre Manaus e São Paulo, a CCE verticaliza a produção de seus produtos. A Lenovo, por sua vez, havia anunciado em julho um investimento de 30 milhões de dólares em Itu, em São Paulo, destinado à construção de uma fábrica de 325.000 metros quadrados, que deverá entrar em funcionamento no fim do ano. Hoje, a produção da empresa no país é feita sob encomenda pela Flextronics.

Consolidadora

Depois de comprar a divisão pessoal da IBM em 2005, a chinesa Lenovo ficou famosa pela sede pública de dominar o mercado de PCs. Segundo relatório da Gartner, a empresa está perto disso. No segundo trimestre do ano, a companhia cravou uma participação de 14,7% no negócio global de PCs, encostando nos 14,9% entregues pela líder HP.

Acompanhe tudo sobre:CCEComputadoresEmpresasEmpresas chinesasempresas-de-tecnologiaLenovo

Mais de Negócios

Da mineração ao café: as iniciativas sustentáveis da Cedro para transformar a indústria

COSCO Shipping inaugura rota estratégica entre Peru e China

Subway conclui acordo para substituir Coca-Cola por Pepsi nos Estados Unidos

Depois de dominar Porto Alegre, Melnick mira Santa Catarina com projetos que somam R$ 17 bilhões