(Hapvida/Divulgação)
Mariana Desidério
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 08h50.
Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 17h22.
A operadora de planos de saúde Hapvida divulgou hoje que fechou acordo para a compra da Premium Saúde, operadora com 125 mil beneficiários, com forte presença em Minas Gerais. O preço da aquisição é de 150 milhões de reais. A transação precisa de aprovação do Cade.
Com essa aquisição e a compra do Grupo Promed, anunciado em setembro, a Hapvida chega a 13% de market share em Belo Horizonte, 14,3% na região metropolitana, e 8,2% no estado de Minas Gerais, com mais de 420 mil beneficiários de planos de saúde.
Dos beneficiários da Premium Saúde, 65 mil estão em Belo Horizonte, 9 mil em Montes Claros e 5 mil no Triângulo Mineiro, além de 13 mil em Brasília (DF). A operadora tem 3% de market share na capital mineira. A operadora teve receita de 143 milhões de reais nos últimos 12 meses, com sinistralidade de 78%.
Mais de 90% dos beneficiários da Premium Saúde estão em planos coletivos, com ticket médio de 130 reais, o restante está em planos individuais, com ticket médio de 200 reais. A operadora tem ainda 10 mil beneficiários de planos odontológicos.
A expectativa é conseguir verticalizar o atendimento a esses beneficiários, atualmente atendidos por rede credenciada. A Hapvida atualmente tem 4 hospitais e 7 clínicas de atenção primária no estado, vindos da aquisição do Grupo Promed, além de um hospital em Uberaba e outro hospital em Uberlândia, este ainda em construção.
Com a aquisição, a Hapvida entra forte na disputa pelo mercado de saúde de Minas Gerais, alvo também da concorrente Notredame Intermédica. Das oito aquisições feitas pela Intermédica nos últimos meses, quatro foram de operações em municípios mineiros, com destaque para o sul e o centro-oeste do estado.
O momento é propício para a consolidação do setor de saúde. Com medo da covid-19, pacientes adiaram cirurgias eletivas e diminuíram a frequência ao pronto-socorro dos hospitais, deixando muitos em dificuldades financeiras. Além disso, algumas operadoras de planos têm sofrido perda de vidas com a alta do desemprego.
Esse cenário é um prato cheio para gigantes como Hapvida e Intermédica. Ambas possuem modelo de negócio verticalizado, que exige ter uma forte operação em hospitais e clínicas próprios. São operadoras que trabalham com ticket médio mais baixo nos planos, o que atrai empresas que buscam economizar no benefício de saúde de seus funcionários em meio à crise causada pela pandemia. Com isso, tanto Hapvida quando Intermédica buscam ampliar sua presença geográfica.