Cocaína na Coca-Cola: a nova provocação de Elon Musk
O mais novo dono do Twitter postou uma mensagem prometendo comprar a Coca-Cola e colocar cocaína de volta nela. Brincadeira ou prelúdio à uma nova escalada? Clique aqui para saber mais.
Carlo Cauti
Publicado em 28 de abril de 2022 às 10h48.
Última atualização em 29 de abril de 2022 às 19h07.
"A próxima compra será Coca-Cola, e então vou colocar a cocaína de volta nela", escreveu Elon Musk em um tweet nesta quinta-feira (28).
Uma breve mensagem postada no Twitter que foi suficiente desencadear uma avalanche de reações em “sua” rede social.
A mensagem do mais novo dono do Twitter gerou mais de 136 mil comentários, quase 631 mil retuítes e mais de 1 milhão de curtidas.
Mas a pergunta é: será verdade?
As mensagens reboantes do homem mais rico do mundo se tornaram uma parcela estilística da personagem.
Mas o mercado se pergunta se essa nova mensagem seja o começo de mais uma escalada em uma grande empresa listada como a Coca-Cola.
Afinal, a compra do Twitter começou exatamente da mesma forma, há algumas semanas.
Cocaína na Coca-Cola, mito ou verdade?
A referência à cocaína na Coca-Cola não é uma das ideias retumbantes de Musk.
Na verdade, desde sua invenção, em 1886, até a década de 1930, na receita secreta da famosa bebida havia vestígios das folhas da coca (cerca de 60 miligramas em cerca de 240 mililitros), a planta da qual é extraída a substância entorpecente, que somente então foram eliminados.
No final do século XIX, a planta da coca era considerada como um fármaco milagroso. Isso especialmente após um químico alemão chamado Albert Niemann conseguir isolar suas folhas para realizar o extrato de cocaína.
Seus poderes terapêuticos começaram a ser cada vez mais famosos, seja como anestésico, que para o tratamento das mais diversas doenças, passando da asma até a histeria.
Só que os efeitos colaterais do uso de cocaína, como os danos cerebrais ou a dependência, não eram conhecidos até então.
No nome da empresa, porém, permanece a Cola, uma planta da qual se utiliza um extrato das nozes.
A receita secreta da Coca-Cola está atualmente trancada no cofre subterrâneo da sede da empresa em Atlanta, nos Estados Unidos.
A formulação só aparentemente está ao alcance de todos: no verso de cada lata ou garrafa podemos ler um genérico "aromatizante natural", mais conhecido como Fator X, cujos ingredientes são: óleo de laranja, noz-moscada, óleo de limão, coentro, canela e neroli (óleo essencial extraído de flores de laranjeira amarga).
Não se sabe em quais quantidades elas são misturadas e com que procedimento ocorre a montagem da bebida.
Mas não há mais vestígios de cocaína na receita moderna da Coca-Cola.
Curiosidade para os consumidores, e um dos segredos comerciais mais cobiçados do mundo para os concorrentes.
Elon Musk vai comprar McDonald's?
Apenas uma hora após a mensagem sobre a Coca-Cola, Musk escreveu mais um tweet.
O protagonista, neste caso, é a rede de fast food mais famosa do mundo, o McDonald's.
"Agora vou comprar o McDonald's e consertar todas as máquinas de sorvete", escreveu Musk.
Iniciando uma nova avalanche de comentários, retweets e curtidas (mais de 47 mil, 151 mil e 1,5 milhão, respectivamente).
Que Musk usa o Twitter como seu megafone pessoal de notícias ficou claro mesmo antes de comprar a empresa.
A questão é se esse comportamento vai acabar afetando também as ações das empresas citadas.
E isso, em termos jurídicos, se chama manipulação dos mercados. Proibido nos Estados Unidos assim como no Brasil.
Após o tweet de Musk os papéis da Coca-Coca e do McDonald's começaram a subir repentinamente.
Agora a bola passa para a Security and Exchange Commission (SEC), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dos Estados Unidos. Que já no passado sancionou pesadamente Musk.