Negócios

Coca-Cola pretende cortar 4.000 empregos e reestruturar operações

Demissões devem começar por Estados Unidos, Canadá e Porto Rico, e podem se estender por outros países

Coca-cola: reestruturação no mundo todo (Dylan Martinez/Reuters)

Coca-cola: reestruturação no mundo todo (Dylan Martinez/Reuters)

JE

Juliana Estigarribia

Publicado em 28 de agosto de 2020 às 12h39.

Última atualização em 28 de agosto de 2020 às 15h40.

A Coca-Cola está reestruturando suas operações para se adequar às "rápidas mudanças" do mercado de bebidas. A gigante americana anunciou nesta sexta-feira, 28, que deve cortar aproximadamente 4.000 postos de trabalho nos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico, o que pode se estender para outros países globalmente.

Segundo comunicado da companhia, um programa de demissões voluntárias deve ajudar a reduzir o número de dispensas. Espera-se que os programas globais de demissão incorram em despesas que variam de 350 milhões a 550 milhões de dólares.

"As mudanças estruturais da empresa resultarão na realocação de algumas pessoas e recursos, o que incluirá reduções voluntárias e involuntárias de funcionários. A companhia está trabalhando nesta próxima etapa e compartilhará mais informações no futuro", disse a Coca-Cola em comunicado.

James Quincey, presidente da companhia, disse que as mudanças no modelo operacional visam priorizar "um portfólio de marcas fortes e uma estrutura de inovação disciplinada". "À medida que implementamos essas transformações, daremos continuidade à evolução da organização, o que incluirá mudanças significativas na estrutura de nossa força de trabalho."

A gigante global de bebidas e alimentos vem passando por inúmeros desafios diante da mudança de hábitos do consumidor, que tem buscado cada vez mais uma alimentação com apelo saudável.

Embora ainda líder do setor, com dezenas de aquisições nos últimos anos para ampliar o portfólio, a Coca-Cola vem tentando se readequar aos novos tempos.

Um exemplo disso é a aquisição, em 2017, da marca Verde Campo, de Minas Gerais, líder na categoria de alimentos e bebidas sem lactose.

A Coca-Cola também vem apostando em produtos com apelo de saudabilidade, como o refrigerante feito à base de água e frutas, sem conservantes, o Yas.

Conforme comunicado, inovação e eficiência de marketing são as prioridades da empresa. "A Coca-Cola está conduzindo um processo de racionalização de portfólio, que levará a um portfólio personalizado de marcas globais, regionais e locais com potencial de maior crescimento." Uma das áreas será a de "categorias emergentes".

Procurada pela reportagem da EXAME, a companhia informou por meio de nota que "trabalha para fazer os ajustes de forma adequada" e que, no mundo todo, tem o "compromisso de garantir um tratamento justo e transparente ao longo deste processo". Também acrescentou que, no momento, não possui informações específicas sobre o Brasil, mas garante que trará qualquer anúncio, "se houver, com responsabilidade e transparência".

No segundo trimestre, a companhia registrou queda da receita de 28% na comparação anual, para 7,15 bilhões de dólares. O lucro líquido de alcançou 1,779 bilhão de dólares no período, recuo de 32% na mesma base de comparação.

Mudanças

A empresa anunciou nesta sexta-feira a criação de uma plataforma para melhorar as operações, que visa eliminar a duplicação de esforços em toda a empresa e foi criada para funcionar em parceria com os engarrafadores.

Os serviços de plataforma serão liderados pelo vice-presidente sênior e diretor de informações e serviços integrados Barry Simpson.

Acompanhe tudo sobre:BebidasCoca-ColaDemissões

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia