Gerry Giacomán Colyer, Layon Costa e Diego García Escobedo, sócios da fintech Clara (Caco Parise/Divulgação)
Repórter de Negócios e PME
Publicado em 13 de março de 2023 às 14h18.
Última atualização em 14 de março de 2023 às 12h58.
A fintech mexicana Clara, que oferece controle de despesas e cartões para gastos corporativos, anunciou a captação de US$ 90 milhões, algo como R$ 470 milhões. Os recursos serão utilizados para expandir a operação da startup na América Latina, em especial no mercado brasileiro.
O valor foi levantado por meio de novo financiamento de dívida liderado pela provedora norte-americana Accial Capital.
A proposta da empresa, fundada pelos ex-funcionários da Grow Diego García e Gerry Giacomán Colyer, é oferecer a empresas da América Latina uma solução de gestão financeira inteligente. Para isso, oferece cartão de crédito corporativo. Pela plataforma da Clara, as empresas podem emitir ilimitados cartões físicos e virtuais para os funcionários, e ajustar limites de gastos por colaborador ou por setor.
O objetivo é facilitar o controle de despesas para funcionários que, por exemplo, fazem muitas viagens a trabalho. Assim, o propósito é aposentar o reembolso, tradicionalmente feito a partir da apresentação das notas fiscais.
Ao final de 2021, a Clara desembarcou no Brasil. O incentivo veio de um cheque de 70 milhões de dólares, embolsado naquele mesmo ano, com o intuito de levar a empresa a outros países além do México. Além de viabilizar a saída das fronteiras mexicanas, o investimento também deu à Clara o título de novo unicórnio — e startup a conquistar o feito de forma mais rápida com apenas um ano de existência.
O novo financiamento de dívida ajudará a empresa a aumentar as apostas no mercado brasileiro, em ritmo acelerado de crescimento em comparação com o México, seu país de origem. O intuito é mais do que dobrar a base de clientes no país, de 2.000 para mais de 5.000 empresas, além de quadruplicar o valor processado em seus cartões corporativos — em 2022, foram R$ 600 milhões, informou a empresa à Reuters.
A injeção de capital acontece menos de um ano após a Clara fechar um acordo com o banco Goldman Sachs para uma linha de crédito de até 150 milhões de dólares, em agosto de 2022.