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Cinépolis quer fisgar a plateia pelo estômago

Rede mexicana que desembarcou no Brasil aposta na variedade de comidas e guloseimas para aumentar o tíquete médio por cliente

Variedade e receita própria: ideia é fazer com que clientes consumam mais (.)

Tatiana Vaz

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

Última atualização em 24 de março de 2017 às 18h03.

São Paulo - Nem só de pipocas e refrigerantes vive uma rede de cinema. A Cinépolis planeja adotar, no Brasil, o mesmo modelo que a levou a se tornar a quarta maior rede de cinemas do mundo - e a maior da América Latina. Trata-se de oferecer, além do cardápio básico, uma variedade de comidas e guloseimas, que vão de cachorro-quente a nachos, passando por crepes.

Incentivar os espectadores a consumir mais é, também, a estratégia da rede para aumentar o tíquete médio por cliente. Para tanto, a Cinépolis adota um layout que favorece o consumo de alimentos e bebidas nas salas de exibição. Neste trecho da entrevista, o presidente da Cinépolis do Brasil, Eduardo Acuña, fala ao site EXAME sobre o papel do cardápio para atrair - e manter - os cliente.

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EXAME - No México, a Cinépolis conta com uma rede de fast food própria. Por aqui, a estratégia é manter esses diferenciais competitivos?
Eduardo Acuña -
A Cinépolis Brasil terá a mesma "cara" que tem no México. Em nossas salas, servimos todos os produtos que achamos combinar bem com a experiência do cinema. As vendas são divididas em duas bases: uma bomboniere tradicional (para venda de pipoca, refrigerante, hot dog e nacho) e uma cafeteria com nossa marca, que vende bolinhos recheados, crepes, cafés, batata frita e baguetes.

EXAME - A idéia é fazer o pessoal comer mais e, por consequência, gastar mais?
Acuña -
Com certeza. Os locais não são terceirizados. São todos próprios. Há pessoas que não gostam da pipoca, por exemplo, e optam pela baguete ou o crepe. O espaço do nosso cinema também é adequado para isso. Temos um lobby com sofás e mesas com cadeiras para os que prefiram comer antes dos filmes. A intenção de oferecer uma melhor experiência de lazer dentro do cinema.

EXAME - Isso muda a característica da sala de espera dos cinemas da rede?
Acuña -
Sim, porque nosso lobby se transforma em um ponto de encontro e não apenas em um lugar de passagem, como vemos nas redes concorrentes.

EXAME - Com isso, a intenção é ganhar mais na margem?
Acuña -
Acho que, com as comidas e a qualidade maior do nosso atendimento e produto, acabamos vendendo mais. Nossa idéia, com a oferta de mais comidas, é fazer com que pessoas que não compravam passem a comprar alimentos e gastem mais durante seu tempo nos cinemas da rede.

EXAME - As comidas são feitas também pela Cinépolis?
Acuña -
Sim, por meio de processos que têm sido elaborados e aperfeiçoados há anos, de acordo com todas as normas de segurança e qualidade possíveis. O preparo é feito nas unidades, em cozinhas industriais instaladas atrás dos balcões de vendas de alimentos.

EXAME - Foi preciso adaptar os cardápios?
Acuña -
As comidas tiveram de ser todas tropicalizadas. Por exemplo, no México, temos pipoca e balas apimentadas. No Brasil, o costume é colocar manteiga. As crepes mais importantes do México são de doce de leite e cream cheese com blueberry. Aqui tivemos de adaptar os sabores para queijo com goiabada e brigadeiro. O peito de peru praticamente não existe no México - aqui é importante. Tivemos que trocar tudo.

Leia também: Mexicana Cinépolis investirá R$ 500 milhões no Brasil até 2012.

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