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Chineses podem comprar construtora da Camargo Corrêa

De acordo com o Valor Econômico, o conglomerado China Communications Construction Company (CCCC), seria um dos possíveis compradores do ativo

Camargo Corrêa: endividada e com multas por envolvimento na Lava Jato, empresa se desfaz de negócios (GERMANO LUDERS)

Luísa Melo

Publicado em 6 de setembro de 2016 às 14h06.

São Paulo - No epicentro da Operação Lava Jato , o grupo Camargo Corrêa colocou à venda o negócio que lhe deu origem: a construtora .

De acordo com o Valor Econômico, o conglomerado China Communications Construction Company (CCCC) seria um dos possíveis compradores sondados. Outras empresas, entre elas francesas e espanholas, também estariam interessadas.

Ainda segundo o jornal, os donos da Camargo Corrêa querem vender por inteiro a unidade de engenharia e construção.

Condenada por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa nas obras da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, a holding teve executivos presos e enfrenta dificuldades para fechar a transação por conta das incertezas sobre futuras investigações.

Do outro lado, um ponto positivo: ela foi a primeira companhia a fazer acordo de leniência com o Ministério Público Federal. Pelo tratado, será obrigada a devolver 700 milhões de reais aos cofres públicos, quitados em oito anos.

Também admitiu a formação de cartel para licitações da estatal e fez um acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), pelo qual pagará 104 milhões de reais em indenização.

Não foi a primeira vez que a empresa se envolveu em apurações sobre corrupção – e nem que prometeu se tornar mais enxuta e menos dependente de obras públicas.

Em 2009, foi investigada na Operação Castelo de Areia e teve funcionários acusados de pagar propina. O processo, entretanto, acabou arquivado e, junto com ele, as promessas de mudança foram engavetadas, conforme lembrou r eportagem da Revista EXAME.

O que já foi

Por conta das multas e de um endividamento bilionário, a Camargo Correa vem se desfazendo de ativos há algum tempo com o objetivo de garantir liquidez.

Na última semana, ela vendeu sua participação de 23,6% na CPFL Energia para outra chinesa, a State Grid. A operação foi fechada por cerca de 6 bilhões de reais.

Em novembro do ano passado, repassou o controle da Alpargatas, fabricante dos chinelos Havaianas, à J&F, dona do frigorífico JBS, por 2,67 bilhões de reais.

Também autorizou conselheiros e executivos a venderem ações em empresas do grupo e, antes, se desfez de participações na Itaúsa e na Usiminas.

Outros planos

Conforme a reportagem do Valor, ainda que o principal objetivo seja vender toda a construtora, a Camargo Corrêa não descarta outras possibilidades para alienar o ativo, como uma saída gradual por meio de parcerias para obras específicas ou a atração de um sócio.

As conversas com o CCCC já teriam tomado diversos rumos. Com a desaceleração econômica e a baixa demanda por obras no país, a chinesa teria se interessado também pela participação da brasileira na CCR.

No ano passado, o braço de engenharia e construção respondeu por cerca de 20% das receitas totais da Camargo Corrêa, chegando a 4,3 bilhões de reais de faturamento.

EXAME.com entrou em contato com a companhia, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Nenhum representante da CCCC foi encontrado.

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São Paulo - No epicentro da Operação Lava Jato , o grupo Camargo Corrêa colocou à venda o negócio que lhe deu origem: a construtora .

De acordo com o Valor Econômico, o conglomerado China Communications Construction Company (CCCC) seria um dos possíveis compradores sondados. Outras empresas, entre elas francesas e espanholas, também estariam interessadas.

Ainda segundo o jornal, os donos da Camargo Corrêa querem vender por inteiro a unidade de engenharia e construção.

Condenada por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa nas obras da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, a holding teve executivos presos e enfrenta dificuldades para fechar a transação por conta das incertezas sobre futuras investigações.

Do outro lado, um ponto positivo: ela foi a primeira companhia a fazer acordo de leniência com o Ministério Público Federal. Pelo tratado, será obrigada a devolver 700 milhões de reais aos cofres públicos, quitados em oito anos.

Também admitiu a formação de cartel para licitações da estatal e fez um acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), pelo qual pagará 104 milhões de reais em indenização.

Não foi a primeira vez que a empresa se envolveu em apurações sobre corrupção – e nem que prometeu se tornar mais enxuta e menos dependente de obras públicas.

Em 2009, foi investigada na Operação Castelo de Areia e teve funcionários acusados de pagar propina. O processo, entretanto, acabou arquivado e, junto com ele, as promessas de mudança foram engavetadas, conforme lembrou r eportagem da Revista EXAME.

O que já foi

Por conta das multas e de um endividamento bilionário, a Camargo Correa vem se desfazendo de ativos há algum tempo com o objetivo de garantir liquidez.

Na última semana, ela vendeu sua participação de 23,6% na CPFL Energia para outra chinesa, a State Grid. A operação foi fechada por cerca de 6 bilhões de reais.

Em novembro do ano passado, repassou o controle da Alpargatas, fabricante dos chinelos Havaianas, à J&F, dona do frigorífico JBS, por 2,67 bilhões de reais.

Também autorizou conselheiros e executivos a venderem ações em empresas do grupo e, antes, se desfez de participações na Itaúsa e na Usiminas.

Outros planos

Conforme a reportagem do Valor, ainda que o principal objetivo seja vender toda a construtora, a Camargo Corrêa não descarta outras possibilidades para alienar o ativo, como uma saída gradual por meio de parcerias para obras específicas ou a atração de um sócio.

As conversas com o CCCC já teriam tomado diversos rumos. Com a desaceleração econômica e a baixa demanda por obras no país, a chinesa teria se interessado também pela participação da brasileira na CCR.

No ano passado, o braço de engenharia e construção respondeu por cerca de 20% das receitas totais da Camargo Corrêa, chegando a 4,3 bilhões de reais de faturamento.

EXAME.com entrou em contato com a companhia, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Nenhum representante da CCCC foi encontrado.

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