Rafael Rojas, Jaimes Almeida e Rodrigo Gomes, da Budz: 250.000 usuários é a meta para 2024 (Paulo Guimarães/Budz/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 1 de junho de 2024 às 08h12.
A chegada de um novo bichinho de estimação em casa é igual ao título daquela famosa música da banda Charlie Brown Jr.: dias de luta, dias de glória. O pet vai trazer muita diversão e companheirismo, mas também muita confusão, natural de um filhote que está se adaptando a um novo lar.
Os empreendedores paulistas Rafael Rojas, Jaimes Almeida Neto e Rodrigo Gomes — cofundador da fintech Fliper, vendida em 2020 — miraram os dias de luta para criar o novo negócio.
Os três são fundadores da Budz, uma recém-criada startup que usa inteligência artificial para ajudar os tutores com o adestramento dos cães. Em projeto-piloto, a startup funciona por meio de um app em que os usuários têm acesso a informações sobre a aplicação das técnicas e dicas de como cuidar dos animais. Dentro do aplicativo, que pode ser baixado gratuitamente, já é possível consumir a inteligência artificial da Budz - o Buddy IA - para tirar as dúvida.
"Você pode perguntar sobre alimentação, higiene, pedir dicas de restaurantes pet-friendly, perguntar sobre saúde, vacinas obrigatórias, ou simplesmente pedir ajuda para treiná-lo a fazer xixi no lugar certo ou não morder o chinelo", diz Gomes.
"O Brasil já é o segundo país do mundo com o maior número de pets. São 170 milhões aproximadamente", diz Rojas. "Mas quando analisamos o mercado a fundo, não encontramos nenhuma solução digital que usa dados, tecnologia e IA para de fato ajudar novos tutores com a
criação de seus pets. Por isso, criamos algo totalmente inovador".
O mercado pet cresceu mais de 40% desde a pandemia e faturou em 2023 cerca de 68 bilhões de reais. Grande parte desse faturamento vem da alimentação, mas o número que despertou a atenção dos empreendedores foi que mais de 10% da receita do mercado veio da venda de novos animais.
O desenvolvimento do app começou há cerca de um ano, com investimento de 1,5 milhão de reais, feito numa rodada-anjo. Para o público geral, a plataforma gratuita chegou há dois meses. Nesse período, registrou 30.000 downloads. O próximo passo é uma versão -“freemium”, com parte das ferramentas pagas num modelo de assinatura.
Por ali, o pai do pet poderá adicionar vários bichinhos, ter descontos em empresas do setor e acesso a mais funcionalidades. A ambição é registrar todos os passos dos animais, criando uma espécie de cartão de saúde. Para ampliar a receita, a Budz também quer oferecer um modelo B2B, no qual as empresas compram o direito de acesso para os seus funcionários, como um benefício corporativo. Até o final do ano, o objetivo é ter 250.000 usuários, sendo 10% deles assinantes.
A aposta está guiada na mesma crença que motivou a criação da startup: o mercado está e continua-rá muito aquecido, apesar dos resultados fracos das grandes do setor. “Acontece que, se juntar as três maiores, elas não representam nem 10% do mercado”, diz Almeida Neto. “Mas o setor segue crescendo, e a expectativa para este ano é de que cresça dois dígitos novamente”.