China Three Gorges faz proposta de US$10,8 bi pela elétrica EDP
Proposta exclui os 23% de participação da companhia estatal chinesa na elétrica portuguesa
Reuters
Publicado em 11 de maio de 2018 às 21h02.
Última atualização em 11 de maio de 2018 às 22h55.
Lisboa - A companhia estatal chinesa China Three Gorges divulgou nesta sexta-feira uma oferta para assumir o controle da maior empresa portuguesa , a Energias de Portugal (EDP), oferecendo um prêmio de quase 5 por cento sobre o preço de fechamento das ações da elétrica .
O valor total da proposta é de 9,07 bilhões de euros (10,83 bilhões de dólares), excluindo uma participação de 23 por cento já detida pela CTG na companhia, disse em comunicado nesta sexta-feira em Lisboa a empresa chinesa, que é a maior acionista da EDP.
Reportagens que indicavam a EDP como um possível alvo de aquisição por grandes companhias estrangeiras da Europa têm circulado há mais de um ano, período durante o qual a CTG continuou a aumentar sua participação na empresa, o que culminou na oferta de 3,26 euros (3,89 dólares) por ação da empresa.
A CTG disse em seu anúncio preliminar sobre a oferta que quer chegar a pelo menos 50 por cento das ações com direito a voto mais uma ação ordinária na companhia. Ela também ofereceu 7,33 euros por ação da unidade de energia eólica da companhia, EDP Renováveis, um valor abaixo do preço de fechamento, de 7,84 euros.
O valor de mercado da EDP é de quase 11,4 bilhões de euros, pelo fechamento desta sexta-feira. A empresa atende cerca de 10 milhões de clientes do mercado de eletricidade e 1,6 milhão de clientes de gás natural e possui mais de 330.000 km de linhas de transmissão de energia.
O governo português não tem objeções à proposta, disse o primeiro-ministro Antonio Costa a jornalistas mais cedo nesta sexta-feira.
A EDP não comentou de imediato.
A EDP é a maior companhia de Portugal em ativos e possui negócios também no Brasil, na Espanha e nos Estados Unidos.
As ações da EDP Brasil, controlada pela companhia, fecharam em alta de 15,56 por cento nesta sexta-feira devido às notícias sobre a oferta chinesa.
Uma eventual fusão dos negócios da CTG no Brasil com a unidade local da EDP criaria a maior empresa de geração privada do país em capacidade instalada, ultrapassando a francesa Engie.