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China pressiona Vale por queda maior de preços

Siderúrgicas chinesas querem fixar reajuste para minério a cada 6 meses e comprar menos do Brasil para pressionar estatal

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

As siderúrgicas chinesas estão comprando menos minério de ferro brasileiro no intuito de pressionar a Vale a aceitar um corte de 40% nos preços de seus produtos. As companhias pretendem fixar reajuste do minério a cada seis meses, sendo que atualmente os contratos são anuais.

De fato, as vendas com destino à China caíram para 15,3 milhões de toneladas em maio, frente ao total de 23,5 milhões vendidos em abril, quando as siderúrgicas aumentaram seus estoques nos portos chineses, segundo analistas consultados pela Bloomberg.

José Carlos Martins, diretor da Vale, informou na última semana que a companhia irá aguardar a definição de um acordo entre Rio Tinto e BHP Billiton antes de começar suas próprias negociações. Em 2008, a mineradora brasileira aceitou um aumento menor nos preços do que das duas companhias.

"A Rio Tinto já fechou reduções de 33% e 44% com siderúrgicas coreanas, japonesas e taiwanesas, e isso faz aumentas a pressão para que as chinesas aceitem logo um acordo", disse a Link Investimentos.

A mudança pedida pelas chinesas nos contratos seria uma condição para que aceitem um corte de preço inferior aos 40% que estão pedindo atualmente, na visão da corretora. Essa requisição seria um sinal de que as siderúrgicas apostam que os preços à vista continuarão nos patamares atuais ou ficarão ainda mais baixos.

Segundo a equipe, apesar de os conflitos entre mineradoras e siderúrgicas chinesas, que não aceitam uma queda menor que 40% nos preços do minério, continuarem, o reajuste para os produtos da Vale deve ser menor, mesmo com as pressões.

Nesta sessão, os papéis preferenciais da companhia (VALE5), que mantém maior liquidez, se valorizavam 1,36%, cotadas a 32,13 reais às 16h08. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice de referência da bolsa brasileira, subia 2,39%.

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