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Chery busca parceiros para começar a produzir no Brasil

Montadora chinesa acelera o passo para não sofrer com IPI sobre importados

Chery Face Flex: montadora chinesa buscar fornecedores de peças no Brasil  (Divulgação)

Chery Face Flex: montadora chinesa buscar fornecedores de peças no Brasil (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2012 às 18h29.

São Paulo - A montadora chinesa Chery anunciou mais uma medida para fugir da sobretaxa de IPI para veículos importados, anunciada pelo governo em setembro do ano passado. Nesta segunda-feira, a empresa promovou um encontro com cerca de 160 fornecedores brasileiros associados ao Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores). Este foi o primeiro passo rumo à seleção de parceiros que deverão fazer parte da cadeia de suprimentos da montadora no país.

"Inicialmente o fornecedor deverá passar por um processo de validação, que vai variar conforme a peça e o grau de complexidade da produção. O tempo irá de seis meses até um ano", afirmou Alexsandro Godoy, gerente de compras e logística da Chery. A montadora ainda não definiu o número de parceiros a serem escolhidos. Até o momento, nenhum negócio foi fechado.

Para pleitearem o posto, as empresas devem apresentar certificado de qualidade ISO TS, voltado para a indústria automotiva, além de já fornecerem peças para outros fabricantes. O martelo final será batido depois de uma auditoria conduzida por uma equipe da Chery em cada uma das candidatas.

"Estamos fazendo o possível para conseguir usar essas peças no início (das atividades) da fábrica", completou Godoy, em coletiva à imprensa. Com mais de 1 milhão de metros quadrados, a planta da Chery está sendo erguida em Jacareí, interior de São Paulo, e deverá entrar em operação até o fim do ano que vem. Na primeira fase do projeto serão investidos 200 milhões de reais na unidade, que produzirá até 50.000 carros por ano. Outros 200 milhões deverão ser injetados em um segundo momento com o intuito de ampliar essa capacidade para 150.000 veículos.

Segundo o vice-presidente da Chery Brasil, Luis Curi, os preços dos carros deverão sofrer um impacto positivo com a produção local. "A experiência com nossa fábrica no Uruguai foi bastante válida para sentirmos a diferença de produção na China e na América do Sul", disse Curi.


O executivo pontuou que o tempo entre o pedido e a chegada de um carro da Chery no Brasil é de quatro meses, em média. A demora acaba elevando o custo agregado do produto. O fornecimento de peças brasileiras também anularia a exposição cambial a que os preços estão sujeitos. "Desde o começo de 2007 a moeda chinesa já subiu 20%", completou. 

Outra promessa é o aumento da rapidez na entrega de peças para troca, um dos calcanhares de Aquiles da Chery. "Dentro das próximas duas semanas estaremos voltando para o patamar de 90% de atendimento imediato para as concessionárias, com um nível de reposição de no máximo 48 horas. Com a fábrica e o fornecedor por aqui, esse tempo tende a diminuir", acrescentou o vice-presidente da empresa. 

Até a conclusão da planta, a Chery deverá abrir um centro de distribuição para a América Latina, com previsão de inauguração para o ano que vem.

Selo tupiniquim

Na visão do presidente da Chery no país, Kong Fan Long, é provável que a empresa não atinja o nível de 100% de peças nacionais quando os primeiros carros deixarem a fábrica. O restante das peças, portanto, deverá ser importado da China e de países onde a Chery tem operações, como Rússia e Egito.

De qualquer forma, a medida é mais um esforço no sentido de diminuir a carga tributária sobre o preço dos automóveis importados, já que o governo determinou que as montadoras apresentassem um índice de 65% de conteúdo brasileiro para que não tivessem que arcar com uma alíquota extra de 30 pontos percentuais no IPI. 

De acordo com Long, a produção nacional da Chery "sem dúvidas vai trazer um grupo de fornecedores que já trabalha para a empresa na China". Sem detalhar informações, o executivo afirmou que fabricantes chinesas já estão em conversas avançadas com empresas brasileiras que seriam suas parceiras locais. 

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