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Cetip diz que fusão com BM&FBovespa deve sair em fevereiro

A expectativa pela conclusão da compra da Cetip em abril tem crescido desde que do órgão antitruste classificou em outubro o caso como complexo

BM&FBovespa: "Estamos cientes de que o Cade pode impor alguns remédios comportamentais para aprovar o negócio", disse o executivo

BM&FBovespa: "Estamos cientes de que o Cade pode impor alguns remédios comportamentais para aprovar o negócio", disse o executivo

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Reuters

Publicado em 28 de novembro de 2016 às 14h08.

Última atualização em 28 de novembro de 2016 às 16h59.

São Paulo - A Cetip está confiante que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprove a união com a BM&FBovespa até fevereiro, mas não sem antes impor "remédios comportamentais", disse nesta segunda-feira o presidente da central depositária de ativos, Gilson Finkelsztain.

A expectativa pela conclusão da compra da Cetip pela BM&FBovespa anunciada em abril, em negócio avaliado em cerca de 12 bilhões de reais, tem crescido desde que do órgão antitruste classificou em outubro o caso como complexo.

Na ocasião, o Cade afirmou que não seria necessária uma extensão do prazo para análise da operação, que deve se encerrar em fevereiro. Se for necessário mais prazo, a decisão final pode ficar para maio.

Segundo Finkelsztain, em qualquer dessas situações, não há riscos de acionamento da cláusula firmada entre as empresas, pela qual a BM&FBovespa teria que pagar uma multa de cerca de 250 milhões de reais para a Cetip, caso a fusão não acontecesse.

"Estamos cientes de que o Cade pode impor alguns remédios comportamentais para aprovar o negócio", disse o executivo, referindo-se a prováveis exigências do órgão, inclusive de governança, para facilitar a participação de eventuais concorrentes nos mercados em que as empresas atuam.

Mas Finkelsztain considera improvável que o Cade estabeleça regras que interfiram na política de preços das empresas para serviços de transação e custódia, por exemplo.

"Isso só aconteceria se o preço fosse um inibidor para o desenvolvimento do mercado, mas não acho que esse seja o caso", disse o executivo, que também considerou improvável que o Cade condicione a aprovação do negócio à alienação de ativos.

O presidente da Cetip revelou ainda que algumas questões envolvendo o futuro do negócio combinado, como as sinergias de custo, a estrutura hierárquica e até o nome do grupo, estão sendo discutidas, boa parte entre ele e o presidente-executivo da BM&FBovespa, Edemir Pinto, mas ainda não houve definição.

Até a localização da futura sede do grupo está em discussão.

A Cetip concluiu recentemente um processo de unificação de suas operações em Alphaville, na região metropolitana da capital paulista, entre outras razões para pagar menos impostos.

Isso exigiu que a companhia fizesse investimentos em nível superior à média histórica por cerca de dois anos.

Se a Cetip for incorporada pela BM&FBovespa e a sede do grupo for em São Paulo, parte desse ganho fiscal, do qual a Cetip começou a se beneficiar no segundo trimestre, pode ser perdido.

"Isso está em discussão; pode ser aqui em São Paulo, pode ser lá (em Alphaville), disse Finkelsztain.

Perspectivas

O executivo disse estar confiante de que as principais linhas de negócios das Cetip têm potencial de grande crescimento em 2017, especialmente a partir da segunda metade do ano.

Finkelsztain disse que o ciclo de corte de juros tende a incentivar as emissões de títulos do mercado de capitais, como debêntures, que são registrados na Cetip.

Da mesma forma, a unidade de financiamentos, que reflete o ritmo dos empréstimos para compra de veículos, também tende a crescer bem mais rápido do que o PIB do país, que deve deixar a recessão que já dura dois anos em 2017.

"A renovação da frota de veículos tem sido mais lenta por causa da crise; com a volta do crescimento econômico, o mercado de financiamento de veículos tende a ser muitas vezes o PIB", disse.

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