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CEO da SouthRock pode ter bens penhorados por crise bilionária da Starbucks e da Subway no Brasil

A empresa de crédito financeiro Travessia também pediu a quebra de sigilo bancário do executivo, mas a Justiça negou

SouthRock: dívida da empresa no Brasil passa de R$ 1,8 bilhão (Eduardo Frazão/Exame)
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 2 de abril de 2024 às 18h23.

Última atualização em 2 de abril de 2024 às 18h35.

Novo capítulo na novela da crise da SouthRock, empresa responsável pela operação das marcas Starbucks e Subway no Brasil. A empresa está em recuperação judicial com dívidas que passam do R$ 1,8 bilhão. Agora, o CEO da companhia, Kenneth Pope, pode ter seus bens penhorados em um processo que envolve dívidas de R$ 71,5 milhões com a empresa de créditos financeiros Travessia.

A securitizadora cobrava na Justiça o pagamento dos valores devidos, e pediu autorização para pesquisar, junto às instituições financeiras, os bens e ativos em nome do CEO, para uma possível futura penhora. A defesa de Pope recorreu, mas a juíza Mônica Soares Machado decidiu que a busca está autorizada.

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"Por esta decisão-ofício, fica a parte exequente autorizada a promover pesquisas junto às instituições financeiras, empresas intermediadoras de pagamentos, corretoras de valores mobiliários, incluindo criptoativos, tabelionatos de notas, ofícios de registrode imóveis, Capitania dos Portos, Agência Nacional de Aviação, em relação à existência de bens eativos em nome do executado Kenneth Steven Pope", diz parte da decisão.

A Travessia também pediu a quebra de sigilo bancário do executivo, mas a Justiça não autorizou.

A EXAME solicitou posicionamento para a SouthRock e irá atualizar esta matéria quando a empresa o enviar.

Qual é a crise da SouthRock

A Starbucks e o Subway no Brasil fazem parte do grupo SouthRock, que é dono também do restaurante TGI Friday's e de lojas em aeroportos.

No ano passado, a empresa entrou em recuperação judicial alegando dívidas de R$ 1,8 bilhão. Segundo a companhia, a crise econômica no Brasil resultante da pandemia, a inflação e a permanência de taxas de juro elevadas agravaram os desafios do negócio.

"Neste cenário, a SouthRock segue comprometida a defender a sua missão e seus valores, enquanto entra em uma nova fase de desafios, que exige a reestruturação de seus negócios para continuar protegendo as marcas das quais tem orgulho de representar no Brasil, os seus Partners [ colaboradores ], consumidores e as operações de suas lojas", disse em nota.

Quais são os credores da SouthRock

O pedido de recuperação judicial da SouthRock, dona da Starbucks, envolve uma dívida de R$ 1,8 bilhão. Os credores estão divididos entre as empresas do grupo que entraram no processo de reestruturação, como a Starbucks e a Brazil Airport Restaurantes. Na lista de empresas que a SouthRock está com dívidas pendentes estão indústrias de alimentos, bancos e gráficas.

A relação, de 153 páginas, demonstra uma situação comum para empresas de varejo e serviços, como é o caso da Starbucks: há centenas de credores, cada um com uma cobrança relativamente pequena para a companhia.

Há cerca de R$ 76 milhões só com o Banco do Brasil via Starbucks. No consolidado da SouthRock, as dívidas com o Banco do Brasil estão em R$ 311 milhões. Com a securitizadora Travessia são outros R$ 469 milhões em dívidas.

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