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CEO da Airbus usa sua experiência para penetrar no Japão

Fabrice Brégier aproveitou sua experiência no Japão para conseguir um acordo de US$ 9,5 bilhões para um avião feito de plástico

CEO da Airbus, Fabrice Bregier (e) em conferência com o presidente da Japan Airlines Yoshiharu Ueki: ontem, a Japan Airlines fez sua primeira encomenda à Airbus, 31 jatos A350 de longo curso (REUTERS/Toru Hanai)
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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 10h36.

Toulouse e Londres - Três décadas depois de começar sua carreira nos negócios vendendo alumínio no Japão, o CEO da Airbus , Fabrice Brégier, aproveitou sua experiência no país para conseguir um acordo de US$ 9,5 bilhões para um avião feito de plástico.

Brégier registrou 50.000 milhas em quatro viagens a Tóquio em seu primeiro ano no comando da fabricante europeia de aviões, trabalhando para entrar em um mercado que tem sido de exclusividade da Boeing Co. desde a Segunda Guerra Mundial. Sua recompensa veio ontem quando a Japan Airlines Co. fez sua primeira encomenda à Airbus, 31 jatos A350 de longo curso.

O CEO já havia feito lobby junto ao primeiro-ministro japonês entrante, Shinzo Abe, quando o balanço começou a inclinar a favor da Airbus com a imobilização de um 787, da rival Boeing, em 16 de janeiro, após duas baterias pegarem fogo.

Brégier intensificou sua campanha em um encontro com o CEO da JAL, Kazuo Inamori, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, dias depois. Tendo quebrado o domínio da Boeing, o francês espera convencer também a ANA Holdings Inc., primeira cliente do 787, a juntar-se à JAL mudando de campo.

“Isso vai além de uma encomenda de 31 A350s”, disse Brégier em uma entrevista, de Tóquio. “É um grande acontecimento. O Japão é um país onde as relações pessoais são essenciais. Eu passei mais tempo lá do que em qualquer outro mercado”.

A JAL comprará 18 aviões A350-900 e 13 mais grandes A350-1000s, com opções de mais 25 aeronaves. O A350, que voou pela primeira vez neste ano, é a resposta da Airbus para o Boeing 787 Dreamliner, que também é feito de material composto de plástico, mais leve que o alumínio tradicional. O A350 maior visa ao popular Boeing 777.

Pressão para construir

O sucesso com a JAL pode aumentar a pressão sobre a ANA para acabar com sua dependência em relação à Boeing para jatos de longo curso, o tipo de aeronave que está em alta demanda em um Japão densamente povoado.

O pedido por A350 eleva a participação da empresa no mercado japonês de 13 de por cento para 20 por cento, disse Brégier ontem, acrescentando que ele está confiante de que poderá aproveitar o sucesso para conseguir mais negócios no Japão.


“Com o pedido dos A350 agora há o risco de a JAL obter uma substituição do 777 anos antes de a ANA fazê-lo”, disse Richard Aboulafia, vice-presidente da Teal Group, uma empresa de consultoria em aviação de Fairfax, Virgínia. “Por isso, um pedido da ANA por A350 é provável”.

A JAL tinha 166 jatos Boeing no final de junho, o equivalente a 78 por cento da frota de 214 aeronaves. A ANA também deu preferência a aviões fabricados nos EUA, com seus 199 Boeings equivalendo a 84 por cento de uma frota de 238 a partir de 20 de setembro.

Como as duas companhias aéreas eram operadoras do jato jumbo Boeing 747, invadir o mercado de grandes aviões pode ser uma conquista definitiva da Airbus, de acordo com Rob Stallard, analista da RBC Capital Markets.

A Skymark Airlines Inc., a maior companhia aérea de baixo custo do Japão, encomendou seis dos maiores aviões de passageiros do mundo e começará a operar com eles no ano que vem.

“Este seria um pedido muito mais importante para a Airbus, uma vez que o A380 tem alguma vulnerabilidade em seu atraso”, disse Stallard, que chamou a vitória da JAL de “vitória tática high profile da Airbus sobre a Boeing”.

A JAL deverá receber seu primeiro A350 em 2019, dando à Airbus tempo para expandir sua rede de apoio a um país onde ela agora tem pouca infraestrutura. O A350-1000 tem um preço de lista de US$ 332,1 milhões e oferece 25 por cento melhor economia operacional do que o mais vendido da Boeing, o 777-300ER, diz a Airbus.

O acordo de ontem da companhia aérea vem com o treinamento necessário para os pilotos e pessoal de bordo e de terra, disse a Airbus.

“Criamos um desafio para eles ao introduzir o 787 e vamos trabalhar para corrigir isso”, disse Kostya Zolotusky, diretor de mercados de capitais e arrendamento da Boeing, ontem, após o anúncio da JAL. A perda para a Airbus é “um desgosto”, disse ele.

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Brégier registrou 50.000 milhas em quatro viagens a Tóquio em seu primeiro ano no comando da fabricante europeia de aviões, trabalhando para entrar em um mercado que tem sido de exclusividade da Boeing Co. desde a Segunda Guerra Mundial. Sua recompensa veio ontem quando a Japan Airlines Co. fez sua primeira encomenda à Airbus, 31 jatos A350 de longo curso.

O CEO já havia feito lobby junto ao primeiro-ministro japonês entrante, Shinzo Abe, quando o balanço começou a inclinar a favor da Airbus com a imobilização de um 787, da rival Boeing, em 16 de janeiro, após duas baterias pegarem fogo.

Brégier intensificou sua campanha em um encontro com o CEO da JAL, Kazuo Inamori, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, dias depois. Tendo quebrado o domínio da Boeing, o francês espera convencer também a ANA Holdings Inc., primeira cliente do 787, a juntar-se à JAL mudando de campo.

“Isso vai além de uma encomenda de 31 A350s”, disse Brégier em uma entrevista, de Tóquio. “É um grande acontecimento. O Japão é um país onde as relações pessoais são essenciais. Eu passei mais tempo lá do que em qualquer outro mercado”.

A JAL comprará 18 aviões A350-900 e 13 mais grandes A350-1000s, com opções de mais 25 aeronaves. O A350, que voou pela primeira vez neste ano, é a resposta da Airbus para o Boeing 787 Dreamliner, que também é feito de material composto de plástico, mais leve que o alumínio tradicional. O A350 maior visa ao popular Boeing 777.

Pressão para construir

O sucesso com a JAL pode aumentar a pressão sobre a ANA para acabar com sua dependência em relação à Boeing para jatos de longo curso, o tipo de aeronave que está em alta demanda em um Japão densamente povoado.

O pedido por A350 eleva a participação da empresa no mercado japonês de 13 de por cento para 20 por cento, disse Brégier ontem, acrescentando que ele está confiante de que poderá aproveitar o sucesso para conseguir mais negócios no Japão.


“Com o pedido dos A350 agora há o risco de a JAL obter uma substituição do 777 anos antes de a ANA fazê-lo”, disse Richard Aboulafia, vice-presidente da Teal Group, uma empresa de consultoria em aviação de Fairfax, Virgínia. “Por isso, um pedido da ANA por A350 é provável”.

A JAL tinha 166 jatos Boeing no final de junho, o equivalente a 78 por cento da frota de 214 aeronaves. A ANA também deu preferência a aviões fabricados nos EUA, com seus 199 Boeings equivalendo a 84 por cento de uma frota de 238 a partir de 20 de setembro.

Como as duas companhias aéreas eram operadoras do jato jumbo Boeing 747, invadir o mercado de grandes aviões pode ser uma conquista definitiva da Airbus, de acordo com Rob Stallard, analista da RBC Capital Markets.

A Skymark Airlines Inc., a maior companhia aérea de baixo custo do Japão, encomendou seis dos maiores aviões de passageiros do mundo e começará a operar com eles no ano que vem.

“Este seria um pedido muito mais importante para a Airbus, uma vez que o A380 tem alguma vulnerabilidade em seu atraso”, disse Stallard, que chamou a vitória da JAL de “vitória tática high profile da Airbus sobre a Boeing”.

A JAL deverá receber seu primeiro A350 em 2019, dando à Airbus tempo para expandir sua rede de apoio a um país onde ela agora tem pouca infraestrutura. O A350-1000 tem um preço de lista de US$ 332,1 milhões e oferece 25 por cento melhor economia operacional do que o mais vendido da Boeing, o 777-300ER, diz a Airbus.

O acordo de ontem da companhia aérea vem com o treinamento necessário para os pilotos e pessoal de bordo e de terra, disse a Airbus.

“Criamos um desafio para eles ao introduzir o 787 e vamos trabalhar para corrigir isso”, disse Kostya Zolotusky, diretor de mercados de capitais e arrendamento da Boeing, ontem, após o anúncio da JAL. A perda para a Airbus é “um desgosto”, disse ele.

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