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Cemig demitirá CEO e diretor financeiro na quarta, dizem fontes

Maior acionista da empresa teria discordado do plano de redução da dívida da empresa e motivado demissões

Usina hidrelétrica da Cemig: conselho da empresa pode anunciar oficialmente a substituição de ambos no mesmo dia (foto/Divulgação)

Usina hidrelétrica da Cemig: conselho da empresa pode anunciar oficialmente a substituição de ambos no mesmo dia (foto/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 18 de dezembro de 2016 às 17h43.

SÃO PAULO (Reuters) - A Cemig anunciará a demissão de seu presidente-executivo e de seu diretor financeiro até a quarta-feira depois de o maior acionista da empresa discordar do plano de redução da dívida da empresa, disseram duas pessoas com conhecimento do assunto.

O conselho da empresa pode anunciar oficialmente a substituição de ambos no mesmo dia, disseram as fontes. O Estado de Minas Gerais, controlador da Cemig, escolheu o ex-executivo da Anglo American Paulo Castellari para o lugar do diretor financeiro Fabiano Maia, disse uma fonte.

As fontes se recusaram a dizer quem assumirá o lugar do atual presidente-executivo da empresa, Mauro Borges, um ex-professor que o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, escolheu para comandar a companhia há menos de dois anos. A Reuters informou na sexta-feira que as tensões entre a equipe de Pimentel e os dois executivos aumentaram por conta do andamento do plano de redução de dívida da concessionária.

Sob Borges e Maia, a empresa reformulou os termos de alguns empréstimos e vendeu uma participação na Transmissão Aliança de Energia Elétrica. No entanto, as fontes disseram que autoridades mineiras consideraram que houve lentidão para prosseguir com as vendas da Cia de Gás de Minas Gerais, de uma subsidiária de telecomunicações e da empresa de tecnologia da informação Axxiom.

Um representante da Cemig em Belo Horizonte não comentou imediatamente a informação. Os esforços para entrar em contato com Borges, Maia e Castellari não tiveram sucesso imediatamente.

As mudanças no comando da companhia enfatizam como Pimentel, que está respondendo a acusações sobre financiamento ilegal de campanhas eleitorais, quer reforçar a companhia, marcada por um legado de falta de investimentos.

Analistas dizem que o serviço da dívida de16,3 bilhões de reais de da Cemig está se tornado difícil, ameaçando os investimentos e a capacidade da empresa de gerar receita.

Segundo uma fonte, Pimentel quer que a dívida seja paga mais rapidamente para abrir a porta para os necessários investimentos na geração, transmissão e distribuição de energia. Atualmente a Cemig passa por uma reorganização que inclui centralizar compras e outras atividades em uma única plataforma para reduzir custos.

A Reuters informou em 18 de novembro que a Cemig estava tentando vender 45 por cento da Aliança Geração de Energia. Em 16 de setembro, a Reuters relatou que a companhia buscava novos parcerias para a Light Energia.

A Cemig esteve no centro de disputas políticas e entre investidores no passado. Em 1999, o ex-governador de Minas Itamar Franco tomou o controle da Cemig das mãos do AES Group e da Southern nos tribunais ao questionar o processo de privatização que levou essas empresas ao comando da companhia.

(Reportagem adicional de Brad Haynes em São Paulo)

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