Caso Petrobras pode criar oportunidades, diz Deloitte
Impacto das investigações na estatal deve criar oportunidades de negócios em assessoria para governança e controles, diz o presidente-executivo da Deloitte
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 17h14.
São Paulo - O impacto das investigações de corrupção na Petrobras deve criar oportunidades de negócios em assessoria para assuntos de governança corporativa e controles internos para grandes empresas, disse nesta quinta-feira o presidente-executivo da Deloitte no Brasil, Juarez Lopes de Araújo.
"Acredito que esse episódio vai levar muitas companhias a procurarem ajuda para melhorar seus controles", disse Araújo a Reuters.
Serviços de assessoria a empresas, incluindo temas como gestão tributária, governança e controles internos representam 68 por cento das receitas da companhia no Brasil, que estão crescendo cerca de 12 por cento neste ano ante 2013, disse Araújo. O braço de auditoria externa responde pelos 32 por cento restantes. A empresa não divulga seus resultados no Brasil.
Segundo o executivo, outros segmentos de mercado que devem ser carros-chefes da Deloitte no país em 2015 serão relacionados à busca das empresas para lidar com o fraco crescimento da economia do país, em operações como fusões e ganho de produtividade.
"Os preços dos ativos caíram bastante no Brasil recentemente e isso tem criado muitas oportunidades para investidores estratégicos, como fundos de private equity", disse.
A Deloitte compõe o grupo das quatro maiores firmas de auditoria do mundo, do qual também fazem parte KPMG, Ernst & Young e PricewaterhouseCoopers.
Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.
No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.