Carrefour: as ações do Carrefour Brasil, que não fazem parte do Ibovespa, fecharam em alta de 1,7 por cento nesta segunda-feira, para a 15,37 reais (Adam Berry/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 12 de março de 2018 às 19h15.
São Paulo - O Carrefour Brasil está posicionado para se beneficiar da melhora da economia brasileira e de eventuais oportunidades de crescimento que incluem aquisições e parcerias no Brasil, disseram nesta segunda-feira executivos do grupo, citando potencial para abertura de 120 a 140 novas lojas em todo o país até 2022.
"Não tenho barreiras montadas... Estamos abertos a parcerias em qualquer formato", afirmou a jornalistas o presidente do Carrefour Brasil, Noël Prioux, após o primeiro Investor Day da companhia desde a abertura de capital, em julho do ano passado.
Ele não quis entrar em detalhes sobre eventuais movimentos de consolidação no setor supermercadista, mas informou que potenciais parcerias já foram identificadas e que havia possibilidade de introduzir um modelo de franquias em supermercados.
Questionado sobre o processo de venda das operações do Walmart no Brasil, Prioux disse que não "comenta rumores" e que aguardava maior clareza sobre os planos do rival. Duas fontes com conhecimento sobre os planos do Walmart afirmaram que o Carrefour Brasil teria sido consultado pelo Goldman Sachs, que assessora a rede norte-americana, mas que não estava interessado no negócio.
As ações do Carrefour Brasil, que não fazem parte do Ibovespa, fecharam em alta de 1,7 por cento nesta segunda-feira, para a 15,37 reais. O índice teve ganho de 0,6 por cento.
Além de consolidar a liderança em varejo alimentar no país, outro foco do planejamento estratégico do Carrefour Brasil para 2022 será a integração das lojas físicas e dos canais de comércio eletrônico no Brasil.
"Lançamos o ecommerce há um ano e meio...Não tem escala ainda a operação, mas é importante construir essa 'omnicalidade'", disse o diretor vice-presidente de finanças do Carrefour Brasil, Sébastien Durchon.
O grupo francês abriu a plataforma de comércio eletrônico para o varejo alimentar em outubro do ano passado, inicialmente para pedidos em São Paulo via aplicativo "Meu Carrefour", e o plano é expandir o serviço para outras cidades.
"Nossa ambição para 2022 é liderar o ecommerce de alimentos e estarmos entre os cinco maiores em não-alimentos", contou Paula Cardoso, presidente do Carrefour Soluções Financeiras e diretora executiva de clientes, serviços e transformação digital.
Segundo a executiva, o marketplace já representava 10 por cento da receita total de vendas (GMV) ao fim de 2017 e o grupo varejista negocia a entrada de mais 95 vendedores na plataforma. "Serão mais de 120 categorias distribuídas pelo marketplace", disse.
O Carrefour Brasil também introduziu em novembro o chamado "click and collect", que permite ao cliente comprar no site e retirar na loja, e disponibilizará essa opção para clientes em todo o país até o fim deste ano, de acordo com os executivos.
Só neste ano, a companhia deve investir 1,8 bilhão de reais, principalmente nas operações do Atacadão e em tecnologia para acelerar a expansão do 'omnichannel', disse Durchon, acrescentando que a previsão é de abertura de 50 novas lojas em 2018, sendo 20 do Atacadão, 20 do Carrefour Express e 10 Carrefour Market.
O grupo já converteu 13 hipermercados em atacarejo e tem pelo menos mais 5 unidades identificadas para conversão entre 2018 e 2019, de acordo com o presidente-executivo do Atacadão, Roberto Müssnich.
Dentro da divisão de atacarejo, a empresa buscará expandir as operações de cartões de crédito do Atacadão, com expectativa de chegar a 2 milhões de cartões emitidos até o fim deste ano. "Já somos o sexto maior emissor de cartões do mercado brasileiro e em pouco tempo devemos ultrapassar a Caixa Econômica Federal e assumir a quinta posição", disse Paula Cardoso.