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Cancelamento de projeto da Usiminas é sinal de tempos difíceis, diz Barclays

Medida sinaliza que as condições de funcionamento devem permanecer desafiadoras para os produtores de aço brasileiros, segundo relatório

Usiminas: empresa está priorizando investimentos em produtos de maior valor agregado, segundo analistas (GLADSTONE CAMPOS/VEJA)

Usiminas: empresa está priorizando investimentos em produtos de maior valor agregado, segundo analistas (GLADSTONE CAMPOS/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2010 às 11h46.

São Paulo - A Usiminas cancelou na sexta-feira o projeto de construção de uma nova usina em Santana do Paraíso, em Minas Gerais e aprovou o investimento de 550 milhões de reais para sua controlada Mineração Usiminas. As duas medidas eram "amplamente aguardadas pelo mercado", mas foram vistas como "estrategicamente sensíveis" em relatório do Barclays assinado pelos analistas Leonardo Correa e Renato Antunes.

Com as medidas, a companhia está sinalizando que as condições de funcionamento devem permanecer desafiadoras para os produtores de aço brasileiros e que projetos greenfield de aços planos tem baixo retorno, segundo os analistas – que recomendam aos investidores evitar o setor brasileiro de aço.

Na opinião dos analistas, o cancelamento do projeto de Santana do Paraíso sinaliza que a Usiminas está priorizando investimentos em produtos de maior valor agregado, que oferecem melhores resultados financeiros em comparação ao produtos semi-acabados.

A Usiminas pretende focar em melhorar sua posição de competitividade no mercado brasileiro de aço através da otimização das plantas de Ipatinga/Cubatão e de melhorias em eficiência energética. A iniciativa foi bem recebida pelos analistas do Barclays.

A Usiminas também anunciou que pretende elevar a capacidade produtiva da Mineração Usiminas, a partir do segundo semestre de 2012, para 12 milhões de toneladas anuais, superando os atuais 7 milhões. Isso foi orçado em 550 milhões de reais (63 dólares por tonelada, sem contar a infraestrutura de ferrovias e portos). O investimento está abaixo das expectativas dos analistas, que esperavam um valor de cerca de 100 dólares por toneladas.

O relatório destacou o problema de transporte, e sugeriu o uso do porto Sudeste, da MMX. "Na nossa opinião, um acordo comercial com a MMX para usar o porto Sudeste seria a melhor alternativa para a Usiminas alcançar os mercados de exportação". A parceria foi anunciada hoje (16/11) pelas empresas. O acordo entre Usiminas e MMX prevê a contratação de serviços portuários e o desenvolvimento conjunto de uma lavra da Mina Pau de Vinho, da Usiminas

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