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Cade pede explicação sobre estratégia conjunta em maquininhas

Questionamento ocorre ser divulgado que a Cielo havia se aliado aos seus sócios, Bradesco e Banco do Brasil, para ofertar máquinas de cartões

Cielo: Cade solicitou explicações para Bradesco e Cielo sobre a estratégia conjunta em serviços de "maquininhas" (Paulo Fridman/Bloomberg)

Cielo: Cade solicitou explicações para Bradesco e Cielo sobre a estratégia conjunta em serviços de "maquininhas" (Paulo Fridman/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de maio de 2018 às 14h24.

Última atualização em 11 de maio de 2018 às 14h27.

São Paulo - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) solicitou, no final do mês passado, explicações para Bradesco e Cielo sobre a estratégia conjunta em serviços de adquirência, popularmente chamado de setor de "maquininhas". O órgão antitruste quer saber, conforme documento obtido pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), mais detalhes da operacionalização dessa estratégia, condições de comercialização, dentre outros pontos.

O questionamento por parte do Cade ocorre após a Coluna do Broadcast ter antecipado, no dia 23 de abril, que a Cielo se aliou aos seus sócios, Bradesco e Banco do Brasil, para ofertar máquinas de cartões (POS, na sigla em inglês) em parceria, ou seja, co-branded.

A estratégia, porém, inclui mais parceiros tanto bancos como empresas e foi inspirada numa atuação similar que a adquirente tem com a BR Distribuidora em postos de combustíveis, conforme executivos da credenciadora.

O próximo player a iniciar a parceria é a Caixa Econômica Federal. Na prática, a máquina segue sendo da Cielo e recebe apenas uma nova roupagem com a marca do parceiro uma vez que a oferta de terminais em conjunto com os seus sócios já existia.

Na quinta-feira, 11, o presidente do BB, Paulo Caffarelli, afirmou que a meta do banco é ofertar ao menos 120 mil máquinas da Cielo este ano. Já o Bradesco comercializou cerca de 14 mil terminais até o momento e mira ultrapassar a marca de 100 mil neste ano.

O contra-ataque da Cielo com sócios e parceiros é uma resposta à concorrência que tem aumentado no setor de adquirência com a chegada de novos players. Além disso, os bancos, miram, principalmente, as pequenas e médias empresas clientes que têm recorrido a outros players do mercado para ter o serviço de credenciamento. Foi esse mesmo racional que motivou o Safra a investir em sua própria rede de maquininhas, aproveitando o potencial da sua clientela e que estava à disposição do mercado.

Detalhes

Além da atuação em parceria de Bradesco e Cielo no credenciamento de lojistas para captura de transações com cartões, o Cade, que no documento pede para que ambos "detalhem" a iniciativa diversas vezes, questiona ainda quem será o responsável pela a oferta de máquinas, público alvo e também as condições de comercialização.

O órgão também quer entender se as maquininhas serão ofertadas conjuntamente com outros produtos e serviços bancários e se as condições de acesso aos mesmos também serão diferenciadas.

Em relação à manutenção do domicílio bancário, conhecida como "trava" e que nada mais é do que a conta indicada pelo estabelecimento para receber os créditos das vendas feitas com cartões, o Cade questiona se há vinculação com a oferta de POS por parte de Bradesco e Cielo. Pede ainda explicações sobre as condições e ainda um exemplo de um contrato de como isso será feito.

Procurada, a Cielo informa que a iniciativa de máquinas co-branded com Bradesco é reflexo de uma prática já existente na companhia, que busca associar a força de marcas parceiras à marca da Cielo. "Não há nenhuma alteração no modelo operacional da Cielo com os lojistas - a Cielo segue sendo responsável pela prestação de serviço junto ao lojista", acrescento a adquirente, em nota ao Broadcast.

O Bradesco não comentou.

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