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Depois de recomprar financeira do Bradesco, C&A lança cartão digital

O C&A Pay deve acelerar compras digitais e facilitar compras no ambiente físico - colaborando com a estratégia da marca de integrar cada vez mais a experiência em ambos os canais

A logo hangs outside a C&A Group fashion clothing store in Berlin, Germany, on Wednesday, Jan. 4, 2017. Germany had another year of firm growth in 2016 and should continue to be propelled in 2017 by consumer spending. Photographer: Krisztian Bocsi/Bloomberg (Krisztian Bocsi/Reprodução)

A logo hangs outside a C&A Group fashion clothing store in Berlin, Germany, on Wednesday, Jan. 4, 2017. Germany had another year of firm growth in 2016 and should continue to be propelled in 2017 by consumer spending. Photographer: Krisztian Bocsi/Bloomberg (Krisztian Bocsi/Reprodução)

KS

Karina Souza

Publicado em 10 de novembro de 2021 às 12h02.

Última atualização em 11 de novembro de 2021 às 11h30.

A C&A vai lançar no mercado brasileiro uma nova solução de pagamentos digital: o C&A Pay, cartão digital que deve facilitar a adesão de mais clientes à solução de pagamentos da companhia -- uma vez que pode ser contratado digitalmente, em menos de cinco minutos, e usado tanto para compras no site quanto para compras na loja física.

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A nova solução de pagamentos vem a partir da recompra de direitos de oferecer serviços e produtos financeiros até então explorados de forma exclusiva pelo Grupo Bradesco. Para garantir a oferta de forma 100% independente, a C&A investiu R$ 415 milhões, valor que deverá ser liquidado em janeiro de 2023 e corrigido a partir de 31 de janeiro de 2022 a 112,5% do CDI, como informou a companhia em fato relevante. Ainda segundo o comunicado, haverá uma transição entre os produtos hoje comercializados pelo Bradesco e a C&A, sendo que ambos devem coexistir pelos próximos dois anos. 

Em relação à nova solução digital de pagamentos -- um ponto cada vez mais valorizado pelo varejo, já que traz margens melhores do que a própria venda de produtos em si -- o objetivo inicial é oferecê-la à base de membros do programa de relacionamento C&A&Vc. “Temos 18 milhões de pessoas dentro desse programa e esse é o produto mais próximo a entrar em contato com o novo cartão digital da C&A. Além disso, entram mais de 1 milhão de pessoas na loja todos os dias e todas serão potenciais usuários do C&A Pay”, afirma Paulo Correa, CEO da C&A, à EXAME. A companhia ainda não revela qual é a meta de usuários do novo cartão para 2022. 

Para ajudar a convencer usuários a fazerem o novo cartão da loja, a C&A aposta numa experiência simples: conseguir fazer o cartão on-line, em menos de cinco minutos, e poder utilizá-lo nas compras do site (com opções de pagamento diferenciadas em relação aos métodos tradicionais de pagamento) e na loja física, apenas usando o CPF e a senha. Por enquanto, a C&A não dará incentivos como cashback para quem aderir ao cartão digital, mas apenas as vantagens já conhecidas com o cartão físico: 10% de desconto na primeira compra e opções diferenciadas de parcelamento em relação ao crédito tradicional.

“O cartão não tem fatura física, tudo é resolvido no app. Queremos construir essa história primeiro junto ao C&A&Vc, que já enlogba pessoas que têm alta afinidade com a marca”, diz Fernando Brossi, vice presidente da C&A. 

Questionado a respeito de tornar este o primeiro passo para construir uma carteira digital própria da C&A -- um passo similar ao do Mercado Livre com o Mercado Pago --, o CEO afirma que a empresa está “muito consciente de tentar entender cada uma dessas oportunidades e que certamente existe potencial para muitos produtos e serviços financeiros”, mas que, nesse primeiro ano, a companhia estará focada no desenvolvimento e no lançamento do C&A Pay.

Motivos para investir no cartão digital, não faltam para a companhia. No segundo trimestre (os dados do 3º tri serão divulgados nesta quarta-feira), a C&A teve receita líquida de R$ 191 milhões na operação de e-commerce, um aumento de 36,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Para continuar crescendo, a companhia fez um investimento recorde em plataformas digitais, de R$ 141,6 milhões, valor 212,6% maior do que o registrado no segundo trimestre do ano passado.

Em crédito, a companhia aproveita o bom momento para acelerar: no segundo trimestre, a receita proveniente da parceria com a Bradescard foi de R$ 37,7 milhões, aumento de 137% em relação ao mesmo período do ano passado. E ainda há potencial para crescer, já que o crédito oferecido pelo negócio representava, no trimestre anterior, apenas 15,4% das vendas.

Na esteira do que o Magalu fez em abril deste ano, ao lançar o MagaluPay, a C&A mostra que está alinhada às novas estratégias digitais de pagamento do varejo, integrando cada vez mais uma experiência omnicanal. Em termos de concorrência direta, a companhia mostra que está pronta para a competição. Para citar um exemplo, a Renner espalhou totens nas lojas físicas explicando que consumidores podem, agora, pagar compras usando o próprio celular, sem pagar filas.

É o varejo omnicanal dominando o pós-pandemia, uma tendência que só deve crescer ao longo dos próximos anos.

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