Bunge busca independência em momento de reestruturação
Os planos de cortes e reestruturação visam reduzir despesas gerais em 250 milhões de dólares até o fim de 2019
Reuters
Publicado em 20 de julho de 2017 às 21h13.
Chicago - Os planos de cortes de gastos e reestruturação da operadora global de grãos Bunge poderiam dar à empresa mais tempo frente a uma oferta de aquisição vinda de uma rival maior, no momento em que luta para se manter independente diante do declínio no mercado de commodities, disseram analistas.
As medidas visam reduzir despesas gerais em 250 milhões de dólares até o fim de 2019. Elas foram pensadas para suportar os três anos de baixa nas commodities que derrubaram o lucro em companhias que compram, vendem e processam grãos e oleaginosas.
"Acreditamos que a gestão queria assegurar a investidores de que a companhia não precisa ser comprada, de que pode entregar essas economias...", disse Ann Duignan, analista da J.P. Morgan.
"Além disso, ela pode entregá-las sozinha e aumentar os retornos para acionistas sem precisar ser comprada. Eu acredito que esse plano dá tempo à gerência".
A Bunge, a menor entre as operadoras globais de grãos listadas, rejeitou uma oferta da Glencore em maio.
Em seu anúncio de reestruturação, visto como uma defesa tanto contra a Glencore quanto a contra investidora Carlson Capital, a Bunge também alertou que seu lucro no segundo trimestre ficaria abaixo da faixa inferior de estimativas de analistas.
Certos segmentos da indústria de grãos estavam maduros para consolidação, disse o presidente da Bunge, Soren Schroder.
"O modo como temos lidado com isso nos últimos poucos anos e como continuamos a buscar é formando alianças regionais com companhias que consigam ver o benefício de unir forças", disse ele durante conferência telefônica com analistas. "Eu acho que há mais oportunidades como essa que podemos explorar ao longo do tempo."
Schroder reiterou que a Bunge queria ser uma líder em alianças do tipo e joint ventures. Ele não quis comentar mais sobre consolidação da indústria.
A Glencore não quis comentar sobre a possibilidade de uma nova oferta pela Bunge.