Buffett resume perfil de sucessor, mas não revela nome
Segundo carta divulgada neste sábado aos acionistas, novo CEO da Berkshire Hathaway precisa ser jovem e melhor do que ele
Daniela Barbosa
Publicado em 28 de fevereiro de 2015 às 12h47.
São Paulo – A tradicional carta da Berkshire Hathaway, publicada anualmente desde 1965, foi divulgada neste sábado aos investidores, e, mais uma vez, Warren Buffett e seus diretores fizeram mistério sobre o próximo presidente que deve suceder o empresário no comando da companhia.
Havia certa expectativa do mercado sobre o nome do sucessor de Buffett. Ele e sua equipe, no entanto, se limitaram a resumir algumas características que o próximo CEO deve ter. Ao que tudo indica, o nome já foi escolhido.
"Acreditamos que temos a pessoa certa para me suceder como CEO - um sucessor preparado para assumir o trabalho depois que eu morrer ou renunciar. Em certos aspectos importantes, essa pessoa vai fazer um trabalho melhor do que eu estou fazendo", disse Buffett em carta.
Segundo o documento, o novo presidente deve ser jovem para que possa trabalhar por um longo período de tempo na companhia. "Na Berkshire Hathaway não é comum as pessoas se aposentarem aos 65 anos", disse a carta.
Herdeiro
Um nome, no entanto, parece ser certo para ajudar a tocar a companhia: o de Howard Buffett, filho do empresário, que deve assumir como presidente não-executivo do grupo.
De acordo com Buffett, a decisão vai garantir a continuidade da cultura da empresa.
A escolha de Howard já vinha sido sinalizada pelo empresário desde 2011. No ano passado, o herdeiro chegou a afirmar ao Wall Street Journal que sua missão era garantir que os altos executivos não abusassem do poder e não atrapalhassem o próximo diretor-presidente.
Valor de participação | US$ 25,4 bilhões |
---|---|
Percentual de participação | 8,9% |
A companhia é um dos principais investimentos de Buffett. O banco, o maior dos Estados Unidos, tem valor de mercado de 265 bilhões de dólares.
Valor de participação | US$ 16,9 bilhões |
---|---|
Percentual de participação | 9,20% |
Buffett comprou as ações da Coca-Cola há 26 anos. Na época, alguns analistas pensaram que seria apenas questão de tempo para que outras empresas de bebidas reduzissem a participação de mercado da Coca-Cola. Mas estes analistas estavam errados. A Berkshire Hathaway é a maior detentora da Coca-Cola com uma participação de 9% no capital total da companhia.
Valor de participação | US$ 14,4 bilhões |
---|---|
Percentual de participação | 14,49% |
Buffett apostou na companhia após a perda de 50% do valor de mercado. Na época, ele observou as pessoas estavam começando a usar cartões de crédito em transações diárias e reconheceu o potencial da empresa para se tornar uma blue chip.
Valor de participação | US$ 12,7 bilhões |
---|---|
Percentual de participação | 7,03% |
A IBM é a exceção de Buffett ao investir em empresas de tecnologia. Quando Buffett comprou ações da companhia o mercado ficou surpreso devido a sua aversão as gigantes do setor. Ele já afirmou que não compra nem ações da Apple e nem do Google.
Valor de participação | US$ 4,4 bilhões |
---|---|
Percentual de participação | 1,82% |
Apesar da crise que a companhia enfrenta nos últimos anos, Buffett aumentou a sua participação na empresa.
Valor de participação | US$ 4,1 bilhões |
---|---|
Percentual de participação | 1,95% |
A companhia faz parte do porfólio da Berkshire Hathaway desde 1989. No anúncio da fusão da Gillette com a Procter & Gamble, Buffett aumentou sua participação na empresa e chegou a acumular 96 milhões de ações da empresa, mas recentemente diminuiu para 52,8 milhões.
Valor de participação | US$ 4,1bilhões |
---|---|
Percentual de participação | 0,96% |
Valor de participação | US$ 3,5 bilhões |
---|---|
Percentual de participação | 4,44% |
Buffett investe neste banco de maneira lenta e constante há anos. O investidor tem 80 milhões de ações da companhia.
Valor de participação | US$ 2,2 bilhões |
---|---|
Percentual de participação | 11,68% |
Valor de participação | US$ 2,1 bilhões |
---|---|
Percentual de participação | 2,87% |
Buffett é uma dos maiores acionistas do banco. O direito de se tornar sócio do Goldman surgiu no auge da crise financeira, quando ele investiu em títulos que lhe garantiam subscrever até 43,5 milhões de ações.