BTG Pactual: BTG e o Lazard estão entrando em contato com possíveis compradores, incluindo bancos suíços, disseram as fontes (Gustavo Kahil / Exame.com)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 20h27.
O Grupo BTG Pactual, banco brasileiro que busca reforçar seu caixa após a prisão de seu bilionário fundador, está trabalhando com a Lazard como assessor na venda do banco privado suíço BSI, segundo duas fontes informadas sobre o assunto.
O BTG e o Lazard estão entrando em contato com possíveis compradores, incluindo bancos suíços, disseram as fontes, que pediram anonimato porque as negociações são privadas.
O BTG, que tem sede em São Paulo, concluiu em setembro a aquisição do BSI da italiana Assicurazioni Generali SpA pagando 1,25 bilhão de francos suíços (US$ 1,26 bilhão).
O BTG está cambaleando desde 25 de novembro, quando o então presidente do conselho e CEO da empresa, André Esteves, foi preso sob a suspeita de ter tentado obstruir uma investigação de corrupção de abrangência nacional envolvendo a Petrobras.
Por meio de seus advogados, Esteves negou as acusações. O temor de que o BTG terá dificuldades para se recuperar após a perda de seu carismático fundador fez as ações e os títulos da dívida do BTG despencarem porque os investidores sacaram recursos e as classificações da empresa caíram para junk (grau especulativo).
O BTG também está tentando vender a empresa de gestão de crédito inadimplentes Recovery do Brasil Consultoria e estuda a possibilidade de dividir a empresa entre vários compradores, segundo duas fontes informadas sobre essas negociações.
Trata-se da maior firma desse tipo na América Latina, com carteira de R$ 50 bilhões em outubro. Após o início das negociações entre o BTG e os investidores, nesta semana, o banco provavelmente começará a coletar propostas no dia 16 de dezembro, disseram as fontes.
O BSI, que tem sede em Lugano, região da Suíça onde se fala italiano e que está a cerca de uma hora de carro de Milão, gerenciava 92 bilhões de francos de indivíduos ricos no fim de 2014, segundo uma declaração da empresa.
Um representante do BTG preferiu não comentar sobre as negociações do BSI. Judi Mackey, porta-voz da Lazard, também preferiu não comentar.