Brookfield tem prejuízo no 1º tri e revê projeção de margem
O prejuízo líquido foi de 47,7 milhões de reais entre janeiro e março, número 192,4 por cento maior do que o de um ano antes
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2013 às 07h47.
Rio de Janeiro - A Brookfield Incorporações registrou um prejuízo quase três vezes maior do que o resultado negativo um ano antes, contrariando as estimativas do mercado que esperavam por lucro, além de ter reduzido sua meta para margem bruta em 2013.
O prejuízo líquido foi de 47,7 milhões de reais entre janeiro e março, número 192,4 por cento maior do que o de um ano antes, de 16,3 milhões de reais, informou a empresa na noite de quarta-feira.
A média das projeções de seis analistas obtidas pela Reuters apontava para um lucro líquido de 24,2 milhões de reais.
A última linha do balanço da incorporadora foi pressionada por um lucro bruto 15 por cento menor, a 100,4 milhões de reais, levando a margem bruta cair de 20,4 para 13,5 por cento em bases anuais.
De acordo com o diretor de relações com investidores da Brookfield, Luciano Guagliardi, o recuo aconteceu principalmente por ajustes orçamentários realizados em 2012, por um reconhecimento de receita de um "mix de vendas" com margens inferiores e custos de 10,4 milhões de reais de 34 projetos finalizados.
A expectativa da companhia é de que essa margem se recupere ao longo do ano e que encerre 2013 entre 20 a 24 por cento, abaixo da projeção anterior, divulgada no ano passado, de um intervalo de 28 a 30 por cento.
"Não será mais de 28 a 30 (por cento), mas é muito melhor do que os 13,5 por cento do primeiro trimestre. Estou sinalizando um processo de recuperação", disse o diretor, ressaltando o ciclo longo do negócio, de cinco anos.
Para este ano, a Brookfield não modificou suas estimativas de que as vendas contratadas fiquem no intervalo entre 3 bilhões e 3,5 bilhões de reais. A empresa não divulgou previsão para lançamentos em 2013.
Também para este ano, a incorporadora reiterou sua estimativa de entregar de 20 mil a 25 mil unidades, que devem totalizar Valor Geral de Vendas (VGV) entre 3,5 bilhões e 4 bilhões de reais.
"Existe uma concentração grande no segundo semestre destas entregas. Esse repasse vai se convergir em caixa e esse caixa vai se convergir para a companhia no segundo semestre", reafirmou.
No primeiro trimestre, os lançamentos foram de 242 milhões de reais, queda de 36,2 por cento ante os primeiros três meses de 2012.
"Estes 242 milhões de reais não servem de base para nenhum tipo de análise", Guagliardi. Segundo ele, de 2010 a 2012, o volume total lançado entre janeiro e março correspondeu a 12 por cento dos lançamentos totais de cada um daqueles anos.
As vendas foram de 596 milhões de reais no período, ante 795 milhões de reais um ano antes. "A nossa velocidade de vendas sobre oferta neste trimestre foi de 16 por cento, que a gente acha mais estável e cabe na nossa conta", afirmou. No trimestre anterior, a VSO havia sido de 23,7 por cento.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 25,5 por cento ano a ano, a 67,2 milhões de reais. A margem Ebtida caiu 6,5 pontos percentuais, a 9,1 por cento.