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BRF vai concluir venda de ativos em dezembro e nomear sucessor

Empresa enfrenta embargos à exportação brasileira de produtos para a União Europeia, na esteira das investigações da operação Trapaça, da Polícia Federal

BRF: maior exportadora mundial de carne de frango pretende se recuperar de uma série de fracos resultados por meio de disciplina financeira (Germano Lüders/Exame)
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Reuters

Publicado em 8 de outubro de 2018 às 15h48.

São Paulo - A BRF planeja concluir seu anunciado processo de venda de ativos em dezembro e nomear um sucessor para o atual presidente-executivo, Pedro Parente, afirmaram executivos da companhia de alimentos nesta segunda-feira.

Parente, que continuará como presidente do conselho da BRF, afirmou que o atual vice-presidente de operações, Lorival Luz, vai sucedê-lo na presidência-executiva, com a transição devendo ser concluída até meados do próximo ano.

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Parente foi nomeado presidente do conselho e presidente-executivo da BRF em junho, como parte de uma reformulação cobrada por investidores após seguidos resultados trimestrais negativos e alegações de envolvimento da empresa em investigações da Polícia Federal. A BRF enfrenta embargos à exportação brasileira de produtos para a União Europeia, na esteira das investigações.

A empresa está aberta a colaborar com as autoridades sobre as investigações da chamada Operação Trapaça, disse Parente durante evento com investidores.

A BRF, maior exportadora mundial de carne de frango, pretende se recuperar de uma série de fracos resultados por meio de disciplina financeira, reposicionamento de marcas, aumento de produção no Golfo Pérsico entre outras ações, afirmaram executivos da companhia no evento.

A estratégia ligada à disciplina financeira inclui vendas de ativos na Argentina, Europa e Tailândia, processos que devem ocorrer nos primeiros dias de dezembro, disse Luz.

A BRF já havia informado que pretende levantar cerca de 5 bilhões de reais com vendas de ativos para reduzir seu nível de endividamento.

Os planos têm como objetivo reverter a queda de margens de lucro até 2019, para retomar níveis históricos até 2020 e crescer a partir de 2021, disseram os executivos.

"Uma reversão da queda de margem é fundamental para nós em 2019", disse Parente.

A BRF informou que está reposicionando a marca Sadia no Brasil, de onde obtém cerca de 50 por cento de sua receita, para atingir públicos maiores.

Um aumento na produção de produtos halal nos mercados muçulmanos no Golfo Pérsico, como Arábia Saudita, também é parte da estratégia, disse Patricio Rohner, vice-presidente da área.

Sobre a retomada de pagamento de dividendos, executivos da BRF afirmaram que a empresa precisa antes elevar o retorno sobre o capital investido acima dos custos de capital, atingir margens maiores e reduzir o endividamento.

Às 14h58, a ação da BRF caía 0,7 por cento, enquanto o Ibovespa mostrava alta de 4,05 por cento.

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