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BRF deve anunciar hoje venda de operação à Lactalis

Informação foi adiantada pelo jornalista Tiago Lethbridge de Exame no blog Primeiro Lugar


	Batavo: no fim de agosto, a companhia francesa chegou a um acordo com credores para comprar parte dos ativos da LBR, que entrou com pedido recuperação judicial no ano passado
 (Divulgação)

Batavo: no fim de agosto, a companhia francesa chegou a um acordo com credores para comprar parte dos ativos da LBR, que entrou com pedido recuperação judicial no ano passado (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 09h26.

São Paulo - O grupo francês Lactalis, conhecido pela marca President, deverá anunciar nesta quarta-feira, 03, a compra dos ativos de lácteos da BRF, que incluem as marcas Elegê e Batavo.

A operação, avaliada pelo mercado em aproximadamente R$ 1,6 bilhão, é considerada uma das maiores transações globais a serem realizadas no setor este ano, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Maior companhia de lácteos no mundo desde 2011, após adquirir os ativos da Parmalat SpA, a Lactalis, com faturamento global de 16 bilhões, começou suas atividades no Brasil no ano passado, com a compra da Balkis. Desde então, começou a olhar outros negócios para expandir sua atuação no país.

No fim de agosto, a companhia francesa chegou a um acordo com credores para comprar parte dos ativos da LBR, que entrou com pedido recuperação judicial no ano passado.

A empresa ofereceu, no último dia 21, R$ 250 milhões por seis unidades produtivas da LBR no país, localizadas principalmente em Minas Gerais.

"Com essas operações (BRF e LBR), a Lactalis se torna uma das maiores captadoras de leite do país", disse uma fonte de mercado. Uma pesquisa da revista Supermercado Moderno cita BRF e LBR como as principais referências do varejo em leite de caixinha.

Dados de 2013 mostram que a BRF era a vice-líder em captação de leite, com cerca de 1,4 bilhão de litros/ano no país, atrás da Dairy Partners Americas (DPA), joint venture entre a suíça Nestlé e a neozelandesa Fonterra, com 2,033 bilhões de litros. Em maio, Nestlé e Fonterra anunciaram o fim da parceria na América Latina.

Isso dividirá a captação das duas companhias e poderá colocar a Lactalis na liderança do segmento no Brasil. Até 2012, a LBR era a vice-líder em captação de leite no país, segundo dados da associação Leite Brasil.

Segundo fontes de mercado, o acordo com a BRF não deve impor dificuldades à incorporação de parte da LBR pela Lactalis, uma vez que a oferta já foi aprovada em assembleia de credores e só depende da aprovação do juiz responsável pelo processo de recuperação judicial.

Além disso, o setor de lácteos no país é muito pulverizado, o que reduz a hipótese de o negócio ser barrado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Prioridade

No início deste ano, a BRF decidiu colocar à venda os ativos de lácteos - com as marcas Batavo e Elegê - por não ser o principal negócio da companhia de alimentos, dona das marcas Sadia e Perdigão. Essa divisão de negócios faturou R$ 2,8 bilhões no ano passado.

Depois de receber várias propostas, a BRF selecionou quatro ofertas para os ativos de Lácteos. Estavam no páreo, além da Lactalis, a francesa Danone, a canadense Saputo e a americana General Mills.

Assessorada pelo Itaú BBA, a BRF considerou a proposta da Lactalis, assessorada pelo banco Indusval, a mais adequada. As propostas estavam sendo ajustadas ainda ontem pelos conselhos de administração das duas empresas. Procurada, a BRF não comenta o assunto. Nenhum porta-voz da Lactalis foi encontrado pela reportagem.

O mercado de lácteos no Brasil vive um momento de consolidação, atraindo interesse de capital estrangeiro. A própria Lactalis chegou a fazer proposta pelos ativos da LBR antes de a empresa entrar com pedido de recuperação judicial. Agora, negocia apenas um pedaço da companhia.

Ao todo, as propostas na mesa pelos ativos da LBR somam R$ 530 milhões. As demais unidades e ativos devem cair nas mãos de concorrentes (como Laticínios Bela Vista e Cooperativa do Vale do Rio Doce) e de empresas como a ARC Medical Logística.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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